Bispos da Europa escrevem ao Patriarca de Moscovo a pedir o fim da guerra
11-03-2022 - 10:35
 • Olímpia Mairos

Segundo o representante dos bispos europeus, face aos “ataques violentos” e aos “infrutíferos” esforços diplomáticos “não se pode excluir a possibilidade de um conflito europeu ou mesmo mundial mais amplo com consequências catastróficas”.

O presidente dos bispos católicos europeus (COMECE), D. Jean-Claude Hollerich escreveu ao Patriarca Kirill de Moscovo a pedir que intervenha junto das autoridades russas para que cessem as hostilidades e sejam abertos corredores humanitários.

De acordo com o portal de notícias do Vaticano, o cardeal implorou ao Patriarca que “no espírito de fraternidade” faça "um apelo urgente às autoridades russas para cessar imediatamente as hostilidades contra o povo ucraniano e mostre boa vontade em encontrar uma solução diplomática para o conflito, baseada no diálogo, no bom senso e no respeito ao direito internacional, permitindo corredores humanitários seguros e acesso ilimitado à assistência humanitária”.

O cardeal Hollerich afirma-se “com o coração partido” e fala das dramáticas consequências da “loucura da guerra na Ucrânia”.

“Milhares de pessoas, tanto soldados como civis, já perderam as suas vidas e mais de um milhão de pessoas foram deslocadas ou fugiram de sua terra natal; a maioria delas são mulheres e crianças vulneráveis”, escreve.

O presidente da COMECE alerta, na carta, que face aos “ataques violentos” e aos “infrutíferos” esforços diplomáticos “não se pode excluir a possibilidade de um conflito europeu ou mesmo mundial mais amplo com consequências catastróficas”.

“Nestes momentos sombrios para a humanidade, acompanhados de intensos sentimentos de desespero e medo, muitos” - escreve o cardeal - “olham para o senhor, Sua Santidade, como alguém que poderia trazer um sinal de esperança para uma solução pacífica deste conflito".

“Façamos o nosso melhor para ajudar a pôr fim a esta guerra sem sentido, para que a reconciliação e a paz possam mais uma vez habitar o continente europeu”, conclui.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, um ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.