Como competir no "novo mundo do trabalho"? Este livro responde
01-04-2023 - 22:04
 • Sandra Afonso

Com a Agenda do Trabalho Digno prestes a entrar em vigor, já em abril, explore as propostas de Keith Ferrazzi, Kian Gohar e Noel Weyrich para se adaptar ao mundo do trabalho no pós-pandemia. Porque o mundo e o trabalho estão diferentes e nenhum vai voltar a ser o que era.

No mês em que entra em vigor em Portugal a Agenda do Trabalho Digno, apresentamos-lhe ferramentas para competir no pós-pandemia, porque o mundo está diferente e o trabalho também, e nenhum dos dois voltará a ser o mesmo. Vivemos “mudanças sem precedentes”.

A proposta é de Keith Ferrazzi, considerado “um dos profissionais mais bem relacionados do mundo”, segundo a revista Forbes.

Depois dos best-sellers “Liderar sem Autoridade” e “Nunca Almoce Sozinho”, Ferrazzi mergulha agora na economia pós-pandémica, com “Competir no Novo Mundo do Trabalho” (com chancela da Actual Editora).

Com base em mais de 2 mil entrevistas a executivos e empreendedores, os três autores (Keith Ferrazzi, Kian Gohar e Noel Weyrich) apontam a receita para o sucesso: o que distingue as equipas de trabalho mais competitivas no atual mercado em profunda convulsão?

Chamam-lhe “adaptabilidade radical”. São aqueles que vão além do necessário para responder à crise que enfrentam e reinventam os processos de trabalho para se adaptarem aos desafios futuros.

Para ajudar líderes, empresários e empreendedores a passarem à prática, são apontadas quatro formas de contruir equipas radicalmente adaptáveis:

  1. Colaborar através da inclusão – o trabalho à distância imposto pela pandemia obrigou as empresas a incentivarem o virtual, o remoto, o híbrido. O ano de “2020 provocou um novo despertar na importância da diversidade, igualdade e inclusão” no trabalho. Mas para ter equipas com elevado desempenho, que não se limitam a cumprir funções, mas onde há entreajuda e coresponsabilização, é preciso apoiar a cocriação, através da coelevação.
  2. Liderar através de agilidade empresarial – o truque é operar em “modo de crise”, liderar de forma rápida, flexível e focada no cliente. Ou seja, reduzir procedimentos que habitualmente se arrastam por vários meses ou anos para prazos muito curtos. Como a Unilever, que começou a produzir e distribuir desinfetante de mãos nos Estados Unidos em seis semanas.
  3. Promover a resiliência de equipa – a resiliência é muitas vezes considerada como a capacidade de recuperação de adversidades e atribuída como uma responsabilidade pessoal. A pandemia abriu os olhos da sociedade para a partilha da responsabilidade e responsabilização pela saúde e bem-estar de trabalhadores e colegas. É possível avaliar a resiliência através de indicadores como a segurança psicológica, o otimismo, a frequência de avaliações médicas, a generosidade, a gratidão e a empatia.
  4. Desenvolver antecipação ativa – em 2015, Bill Gates já tinha antecipado que era mais provável que micróbios matassem 10 milhões de habitantes nas próximas décadas do que mísseis. Os autores questionam que outras ameaças e oportunidades estão no horizonte, já à vista, mas ainda por descobrir?

Cada um deve identificar o que precisa de fazer hoje para ser bem-sucedido amanhã.

Os autores aconselham ainda as empresas a experimentarem novas tecnologias e novos modelos de trabalho, para avançarem. A “adaptabilidade radical” assenta na previsibilidade e proatividade, ao contrário da reposta típica de adaptação à mudança, que é reativa e conformista, ressaltam no livro.

O objetivo é antecipar e preparar respostas e nunca ficar pelo suficiente, porque o melhor resultado é sempre o que fica acima do esperado.