Houve mais gente operada em 2018, mas à custa dos privados e do setor social
02-09-2019 - 10:45
 • Renascença com Lusa

Apesar de os hospitais protocolados e convencionados representarem um universo menor de cirurgias realizadas, foram os responsáveis pelo aumento registado no ano passado.

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O número de cirurgias aumentou em 2018 e atingiu o valor mais alto de sempre, mas este crescimento deveu-se, sobretudo, ao recurso aos privados e ao setor social.

Segundo o Relatório Anual de Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas, foram quase 595.000 pessoas operadas, mais 0,1% do que em 2017.

Em 2018, houve também um aumento do número de doentes propostos para cirurgia (mais quase sete mil do que em 2017). As cirurgias são depois distribuídas pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS – que incluem Entidades Públicas Empresarias, Setor Público Administrativo e Parcerias Público-Privadas) e pelos hospitais protocolados e convencionados.

Os hospitais dentro do SNS representam a grande parte das operações realizadas (89%), mas foram os outros (que representam à volta de 5%) que mais contribuíram para o aumento do número de cirurgias realizadas em 2018 – ano que contou com várias greves na saúde, nomeadamente dos enfermeiros.

De acordo com o mesmo relatório, os hospitais convencionados realizaram 30.962 cirurgias (24.608 em 2017) e os protocolados 34.258 (29.660 em 2017).

Nos hospitais do SNS foram realizadas 529.758 cirurgias, menos do que em 2017 (534.545), segundo o mesmo documento.

Os dados indicam ainda que a média do tempo de espera dos doentes operados se manteve um pouco acima dos três meses em 2018, assim como o tempo médio de espera dos utentes inscritos em Lista de Espera para Cirurgia e ainda a aguardar uma resposta do SNS (3,5 meses).

Além dos doentes operados, registaram-se saídas de doentes da Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) por motivo de cancelamento, nos termos previstos no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).

Os dados relativos aos cancelamentos das inscrições em LIC mantiveram em 2018 o padrão referente aos principais motivos de cancelamento, nomeadamente "Desistência" (27,2%), "Proposta não adequada à situação clínica do utente" (14,2%) e "Não ativação da nota de transferência/vale cirurgia no prazo de validade" (12,9%).