Segunda-feira, 29 de outubro de 2018


Jesus,
Tu bem sabes, só consigo rezar agarrada à normalidade dos dias…
na semana passada, morreu uma tia, idosa e doente.
Poucas horas antes de morrer, estivemos de mãos dadas, num quarto de hospital;
à nossa volta tudo funcionava com normalidade, a televisão ligada, o barulho no corredor,
a cama do lado a ser mudada entre exclamações de cansaço e conversas banais.
Mas nós debruçados sobre o corpo quente e sofrido da nossa tia,
rezávamos baixinho, falávamos da família, das ultimas graças dos mais pequenos.
Incertos da sua compreensão, mas incapazes de não lhe dizer o que sentíamos,
as palavras fluíam e assim ficamos, de pé, de mãos dadas, numa conversa tranquila, feita de amor.
Olhando para trás, percebo que naquele quarto de hospital, por minutos, tocámos a certeza do céu.
A fragilidade do seu corpo, a expressão do seu sofrimento, eram muito reais mas a memória da sua ternura por todos,
o testemunho da sua Fé, o abandono da sua vida, tudo nos falava de Ti.
Nesta manhã eu Te peço que nos ajudes a viver todos os dias, conscientes da Tua presença,
certos da eternidade onde não há tempo, nem dor, nem saudade…