Jogadores da seleção inglesa ajoelham-se em protesto na estreia no Mundial
21-11-2022 - 13:07
 • Renascença

Proibido de utilizar a braçadeira arco-íris, o capitão da seleção inglesa, Harry Kane, levantou o braço, em que envergava uma braçadeira cedida pela FIFA, com a frase "não à discriminação". Qatar tem sido muito criticado por atropelos aos direitos humanos.

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Os jogadores da seleção inglesa ajoelharam-se pelos direitos humanos antes do apito inicial frente ao Irão, na estreia no Mundial 2022, no Qatar, esta segunda-feira.

Os jogadores da equipa dos três leões têm sido dos mais ativos nos protestos contra as violações de direitos humanos no Qatar, na contagem decrescente para o Mundial. Durante o ajoelhamento, o capitão, Harry Kane, levantou o braço, em que envergava uma braçadeira a dizer "No Discrimination" ("Não à discriminação"), cedida pela FIFA.

Esta segunda-feira, a Federação inglesa e outras seis anunciaram a desistência de utilizar durante o Mundial uma braçadeira de capitão arco-íris, contra a discriminação no Qatar, após as ameaças da FIFA.

"A FIFA foi muito clara, irá impor sanções desportivas se os capitães usarem as braçadeiras em campo. Como federações nacionais, não podemos pedir aos nossos jogadores que arrisquem sanções desportivas, incluindo cartões amarelos", indicaram as federações de Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça, em comunicado conjunto, em que se assumiram "frustradas".

No relvado, mas fora das quatro linhas, a antiga internacional inglesa Alex Scott, comentadora da BBC, envergava a braçadeira que a FIFA impediu os capitães de usar.

O Qatar tem sido alvo de várias críticas por atropelos aos direitos humanos, nomeadamente pelo facto de a homossexualidade ser crime, por os direitos das mulheres serem quase inexistentes e por abusos aos trabalhadores migrantes, milhares dos quais terão morrido durante a construção de infraestruturas para o Mundial. A própria FIFA tem sido chamada à responsabilidade. A iniciativa "One Love" ("Um Amor"), de defesa da igualdade, contemplava o uso simbólico de uma braçadeira com as cores do arco-íris (símbolo da comunidade LGBTQ+).

A FIFA proibiu a utilização da braçadeira arco-íris e, em vez disso, apresentou, no sábado, braçadeiras de capitão com mensagens mais generalistas, como "Salve o planeta", "Educação para todos" ou "Não à discriminação".

A FIFA comunicou, ainda, que os capitães usariam a mensagem "não à discriminação" a partir dos quartos de final do Mundial.