​Ambientalistas marcam protesto no consulado de Espanha contra Almaraz
05-01-2017 - 03:07

Concentração está marcada para 12 de Janeiro, dia em que deveria realizar-se uma reunião entre os ministros do Ambiente de Portugal e Espanha.

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Ambientalistas portugueses e espanhóis decidiram realizar, a 12 de Janeiro, um protesto em frente ao consulado de Espanha na capital portuguesa, pelo encerramento da central nuclear de Almaraz.

O protesto, decidido esta quarta-feira, visa "mostrar que os grupos ecologistas estão interessados em forçar o diálogo com o Governo espanhol e a obrigar o Governo espanhol a decidir o encerramento da central de Almaraz", disse à agência Lusa o ambientalista português António Eloy, do Movimento Ibérico Anti-Nuclear.

A 12 de Janeiro, deveria realizar-se entre o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e a sua homóloga espanhola uma reunião para discutir o futuro da central de Almaraz, mas o responsável pela pasta do ambiente português admitiu já não participar no encontro caso se concretize a decisão espanhola de construir um armazém para resíduos nucleares.

Em meados de Dezembro, o Governo espanhol deu luz verde à construção do armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz, localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, através de uma resolução da Direcção-Geral de Política Energética e Minas do Ministério da Energia.

A construção de um armazém para resíduos nucleares pode indiciar que a central de Almaraz vai prolongar a sua actividade, apesar dos problemas que tem tido nos últimos tempos, segundo os ambientalistas.

No encontro realizado hoje, os ambientalistas criticaram também o comportamento do ministro do Ambiente de Portugal ao longo do último ano.

"O ministro não pode continuar a ser despiciente e armar-se em herói quando foi absolutamente conivente com esta situação a que chegamos", lembrou António Eloy.

Além do protesto, os ambientalistas decidiram também realizar uma conferência internacional sobre nuclear e Almaraz, que vai ser organizada pelo Movimento Ibérico Antinuclear a 4 de Fevereiro, em Lisboa.

"Será certamente um elemento mais para forçar esta oposição a estes desenvolvimentos energéticos no que se refere a Almaraz e, nomeadamente, a continuação do seu funcionamento por mais 20 anos o que é absolutamente impensável" devido aos problemas graves da central, disse António Eloy.

Em Fevereiro, a Agência Portuguesa do Ambiente referiu ter garantias do Conselho de Segurança Nuclear de Espanha que a Central Nuclear de Almaraz se encontrava em condições de segurança, depois de inspectores espanhóis terem alertado para falhas no sistema de arrefecimento de serviços essenciais da central.