DGS admite alargar “casa aberta” a maiores de 65 anos
15-11-2021 - 09:27
 • Filipe d'Avillez Lusa

"Portugal tem vacinas mais do que suficientes", garante a diretora-geral da Saúde, que lamenta ainda ter visto tantos adeptos sem máscara a assistir ao jogo da seleção no domingo. "A pandemia não é passado, é presente."

A Direção-Geral da Saúde admite alargar o modelo da “casa aberta” para a administração do reforço da vacina contra a Covid-19 aos maiores de 65 anos.

Depois de um fim de semana em que o regime abrangeu apenas os maiores de 80 anos, mas em que apenas foram vacinadas quase 45 mil pessoas em todo o país, Graça Freitas diz gostaria que os números tivessem sido mais altos, e que vai ser discutida a possibilidade de alargar o regime.

“Neste momento temos vacinas suficientes. A ‘casa aberta’ é sem marcação e, portanto, pode acontecer as pessoas chegarem e haver filas e aglomerações, e aborrecerem-se de estar à espera. A vantagem de ter agendamento é que as pessoas chegam lá com dia e hora marcada”, diz a diretora-geral da Saúde.

“Mas estamos a ponderar isso, temos vacinas mais do que suficientes, quer para a gripe, quer para a Covid-19. Hoje vamos ter essa discussão, se fazemos em regime livre e as pessoas vão e sujeitam-se a alguma espera se for caso disso, ou regime marcado e simultaneamente em casa aberta. Todas as modalidades são possíveis.”

Neste momento, Portugal tem ainda 1,5 milhões de vacinas contra a gripe sazonal, tendo sido já administrado outro milhão, e milhões de vacinas contra a Covid-19, que chegam para esta etapa e para as próximas, garante.

Graça Freitas confirmou que a vacinação de profissionais de saúde com o reforço vai arrancar esta semana, pois a DGS já fez chegar as vacinas às respetivas unidades e agora cabe a estas a marcação e o agendamento.

Adeptos sem máscara

A mesma responsável admite que não sabe “ver futebol”, mas questionada pela Renascença diz que viu as imagens dos adeptos nas bancadas do Estádio da Luz, na noite de domingo, e lamenta que quase não se tenham visto máscaras entre os presentes.

“Vi as bancadas e gostava que as pessoas tivessem estado de máscara. Estamos com vírus em toda a Europa. Nunca ouve tantos casos na Europa como há agora. Mesmo Portugal está a aumentar os casos.”

“A pandemia não é passado, é presente. Está nas mãos de cada um de nós cumprir as regras”, conclui.

Desde 18 de outubro que está em marcha a coadministração das vacinas contra a gripe e a terceira dose da vacina, que integra os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos e em situação de imunossupressão.

A modalidade “casa aberta” para pessoas com 80 ou mais anos, que funcionou este fim de semana para acelerar o processo de vacinação contra a Covid-19 e a gripe, “mantém-se durante a semana”.

A DGS aconselha os utentes a, antes de se dirigirem ao centro de vacinação da sua área de residência, consultarem o respetivo horário de funcionamento no site.

A convocatória para a toma das vacinas da gripe e contra a covid-19, em simultâneo, ou apenas para a vacina da gripe, recorda a DGS, continua a ser feita através de SMS.

A DGS lembra ainda que está também disponível o autoagendamento das vacinas para pessoas com 70 em mais anos, e que este pode ser feito aqui.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.257 pessoas e foram contabilizados 1.107.488 casos de infeção.

A nível mundial, a Covid-19 provocou pelo menos 5.094.101 mortes em todo o mundo, entre 252.864.960 infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.