A deputada do PSD e ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque confirmou esta quinta-feira a sua contratação pela Arrow Global para administradora não executiva, defendendo não ter "nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal" com actuais ou anteriores funções políticas.
"A função de administradora não executiva não tem nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal pelo facto de ter sido ministra de Estado e das Finanças e de ser deputada. Qualquer outra leitura que possa ser feita desta nomeação só pode ser entendida como mero aproveitamento político-partidário", afirmou Maria Luís Albuquerque, em comunicado.
A ex-ministra das Finanças foi nomeada para directora não executiva do grupo Arrow Global, que tem em Portugal clientes como o Banif, o Millennium BCP ou o Montepio, com efeitos a 7 de Março e que a agora deputada vai integrar o comité de risco e auditoria.
O PCP já anunciou que vai levar a matéria à subcomissão parlamentar de ética, algo que o PS também defende. O Bloco de Esquerda criticou a contratação, lembrando os negócios da Arrow Global com o Banif.
Comunicado de Maria Luís Albuquerque na íntegra:
Face às noticias vindas hoje a público sobre a minha iminente nomeação para administradora não executiva da Arrow Global plc, esclareço o seguinte:
- O inicio de funções terá lugar no próximo dia 7 de Março.
- As funções que vou desempenhar são de natureza estritamente não executiva, isto é, sem participação nas decisões sobre negócios em concreto, em Portugal ou noutros países
- O objectivo da minha contratação é de aportar valor à empresa sobre matérias de enquadramento macroeconómico e regulatório ao nível europeu, sobretudo da Europa continental.
- Nenhuma decisão tomada pela empresa no passado foi condicionada ou influenciada por qualquer tipo de decisão que eu tenha tomado.
- A função de administradora não executiva não tem nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal pelo facto de ter sido ministra de Estado e das Finanças e de ser deputada.
- Qualquer outra leitura que possa ser feita desta nomeação só pode ser entendida como mero aproveitamento político-partidário
Lisboa, 3 de Março de 2015
Maria Luís Albuquerque