Dois suspeitos dos ataques na Catalunha, Mohamed Houli Chemal e Driss Oukabir, vão ficar em prisão preventiva, decidiu esta terça-feira o juiz da Audiência Nacional de Madrid, avança a imprensa espanhola.
Mohamed Houli Chemal e Driss Oukabir foram formalmente acusados de fazerem parte de uma organização terrorista, homicídio e posse de explosivos.
Outro suspeito, Salah El Karib, vai continuar detido nas próximas 72 horas para a realização de novas inquirições e continuação das investigações. Salah El Karib era o responsável por um cibercafé na cidade de Ripoll onde a maioria dos 12 suspeitos residia.
Um quarto homem, Mohamed Aalla, vai aguardar o desenrolar do processo em liberdade, com apresentações semanais às autoridades. O juiz considera que não há indícios suficientemente sólidos para o colocar na cadeia. Mohamed Aalla, de 27 anos, é o proprietário do Audi A3 utilizado no ataque na estância turística de Cambrils, horas depois do atropelamento em massa nas Ramblas.
O Ministério Público tinha pedido prisão preventiva para os quatro suspeitos detidos na sequência dos atentados em Barcelona e em Cambrils e acusação de terrorismo para todos.
Encontrado documento do Estado Islâmico
Os investigadores encontraram um documento do autoproclamado Estado Islâmico na casa de Alcanar, destruída por uma explosão e que serviria de base à célula terrorista, segundo um documento judicial avançado pela agência Reuters.
De acordo com o mesmo documento, na mesma casa foi
encontrado um bilhete de avião para Bruxelas em nome do alegado mentor dos ataques, o imã Abdel Baki Essati.
Quinze pessoas morreram e 130 ficaram feridas em resultados dos ataques da semana passada nas Ramblas, em Barcelona, e na estância turística de Cambrils.
Entre as vítimas mortais estão duas cidadãos portuguesas, avó e neta, que foram atropeladas nas Ramblas pela carrinha guiada por um terrorista.
Na audiência desta terça-feira, Mohamed Houli Chemal, que ficou ferido na explosão da casa de Alcanar utilizada como base da célula terrorista, disse ao juiz que o imã Abdel Baki Essati foi o instigador e mentor do plano terrorista, segundo o jornal "El Pais".
O imã Abdel Baki Essati, que já tinha cumprido pena de prisão por tráfico de droga, morreu na explosão de Alcanar, que acabou por precipitar os ataques da semana passada, uma vez que o objectivo seria realizar um grande atentado com explosivos contra alvos emblemáticas de Barcelona, como a igreja da Sagrada Família.
A polícia marroquina deteve esta terça-feira, em Casablanca, um homem que foi vizinho do condutor da carrinha das Ramblas. Três pessoas já foram detidas em Marrocos nas investigações aos ataques na Catalunha.