"Orca" é a maior central de captura de CO2 e está na Islândia
09-09-2021 - 09:15
 • Olímpia Mairos com Reuters

Instalação deve retirar até quatro mil toneladas de dióxido de carbono do ar por ano, o equivalente às emissões anuais de cerca de 790 carros.

Foi inaugurada esta semana na Islândia. É a maior central do mundo de captura de CO2 e tem como missão absorver até quatro mil toneladas por ano.

A "Orca", assim foi designada, retira dióxido de carbono (CO2) diretamente do ar e redireciona-o para o subsolo.

O empreendimento da startup suíça Climeworks AG, especializada na captura de dióxido de carbono diretamente do ar, fez uma parceria com a empresa islandesa de armazenamento de carbono Carbfix para desenvolver uma instalação que absorve até 4.000 toneladas de CO2 por ano, o equivalente às emissões de 790 carros.

A captura direta do ar é uma das poucas tecnologias que extrai dióxido de carbono da atmosfera e é vista pelos cientistas como vital para limitar o aquecimento global, responsável por causar mais ondas de calor, incêndios florestais, inundações e aumento do nível do mar.

Neste contexto, a nova central islandesa é vista como um forte impulso e contributo à redução de carbono a nível mundiais. Uma mais valia para o ambiente, se tivermos em conta os dados da Agência Internacional de Energia (AIE), que indicam que em 2020 as emissões globais de CO2 totalizaram 31,5 bilhões de toneladas.

A "Orca" é constituída por oito grandes recipientes, semelhantes em aparência aos usados na indústria naval, que empregam filtros e ventiladores de alta tecnologia para extrair dióxido de carbono. O composto químico isolado é então misturado com água e bombeado para o subsolo, onde lentamente se transformará em rocha. Ambas as tecnologias são alimentadas por energia renovável proveniente de uma central geotérmica próxima.

Embora a captura direta de ar seja uma tecnologia relativamente recente e dispendiosa, os investigadores esperam reduzir os custos com um aumento na escala, à medida que mais empresas e consumidores procuram reduzir a sua pegada de carbono.

Segundo os dados da IEA, existem apenas 15 centrais capazes de fazer este processo e que são responsáveis pela captura de mais de nove mil toneladas de CO2 por ano. A nova central poderá fazer com que esse valor possa chegar às 13 mil toneladas.