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O Presidente da República avisou esta quinta-feira que o país não pode "perder tempo" a debater medidas propostas pelo Governo, como o uso obrigatório da app StayAway Covid ou de máscara nas vias públicas.
Deve, sim, concentrar-se em impedir que a atual situação epidemiológica piore, porque "se o número de mortos disparar para várias dezenas", estaremos a braços com "um problema grave".
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita a Aljezur, Marcelo Rebelo de Sousa disse hoje que quer "evitar um novo estado de emergência", que "já experimentámos" e que "tem consequências nas vidas das pessoas".
Ainda assim, o Presidente deixa a porta aberta a novas restrições, indicando, por exemplo, a possibilidade de se impôr recolher obrigatório, à semelhança de "outros países" como França e Alemanha.
“Se há um agravamento brutal da situação, que não desejamos, tudo o que tiver de ser decidido será decidido em graus progressivos de intervenção”, avisou Marcelo.
“Ninguém quer que se vá para essas fórmulas radicais, agora, para isso é preciso que as pessoas façam um grande esforço para que pequenas medidas, ou medidas mais limitadas, sejam aplicadas. De cada vez que se diz que é preciso tomar medidas e as pessoas dizem que esta não pode ser, a outra também não... quando se raciocina assim, está-se numa posição que pode ter um risco muito grande.”
O chefe de Estado destaca que existem três indicadores importantes no que toca à situação epidemiológica de Covid-19 em Portugal – o aumento do número de infeções, o aumento do número de internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) e o número de óbitos.
E sobre este último, alerta que, "se o número de mortes disparar para várias dezenas por dia, aí teremos um problema grave que atravessa toda a sociedade portuguesa".
Esta sexta-feira, o boletim diário Covid-19 emitido pela DGS registou novos recordes de novos infetados (2.608) e de mortos em 24 horas (21).
Face à situação, Marcelo pede que não se perca tempo a debater propostas como o uso obrigatório de máscara nas ruas ou da app StayAway Covid.
O Presidente assume que esta última medida proposta pelo Governo ao Parlamento "é discutível em termos de constitucionalidade", mas "não vamos perder tempo com uma decisão indefinida", remata.
Se a proposta de lei for enviada para o Tribunal Constitucional, haverá uma decisão "em 15 dias ou o mais rápido possível para não termos uma discussão que vai durar meses", adianta Marcelo. "Vamos ver como é que a Assembleia da República vota."