[Notícia atualizada às 11h11 de 22 de julho de 2020]
Um homem armado tomou de assalto um autocarro em Lutsk, na Ucrânia, esta terça-feira. A bordo estavam treze pessoas (e não vinte, como foi inicialmente adiantado pelas autoridades).
Segundo avança o jornal "The New York Times", citando fonte da polícia local, o sequestrador estava armado e com explosivos. As autoridades tentaram negociar com o homem, que já foi identificado e que, periodicamente, disparava e mostrava o material bélico tendo, inclusive, atirado uma granada à polícia (que não chegou a detonar).
A zona foi cercada pela polícia e todo o centro da cidade, que se situa a cerca de 400 quilómetros da capital Kiev, foi encerrado.
Terá sido o próprio sequestrador a dar o alerta às autoridades, identificando-se como Maksim Krivosh, de 44 anos. De acordo com o ministro do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, o autor do crime mostrou "frustração pelo sistema" ucraniano nas suas redes sociais. Terá escrito um livro sobre a sua experiência na prisão, onde esteve pelo menos 10 anos, declarando que, nesse período de tempo, "tentaram corrigir-me, mas eu não fui corrigido. Pelo contrário, tornei-me mais quem sou".
Inicialmente, partilhou as suas exigências para libertar os reféns: pretende que várias figuras políticas ucranianas assumam que são terroristas, pois "o Estado é e sempre será o primeiro terrorista". Também terá usado os telemóveis de alguns reféns para tentar contactar os meios de comunicação social locais.
Mais tarde, exigiu que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, gravasse um vídeo em que sugeria a visualização de um documentário sobre os direitos dos animais, narrado por Joaquin Phoenix.
Zelenskiy acatou o pedido, publicando o pequeno vídeo no Facebook e apagando-o assim que os reféns foram libertados. Ninguém ficou ferido neste incidente.
Ucraniano de origem russa, Maksim terá sido condenado duas vezes a penas de prisão por crimes relacionados com roubo, fraude, extorsão e posse ilegal de armas, munições e explosivos.