Mais de 72 mil voos com partida de Portugal sofreram perturbações em 2019, afetando cerca de oito milhões de passageiros, informou, esta quinta-feira, a AirHelp, uma empresa que presta apoio jurídico a passageiros aéreos.
Esta empresa realizou um balanço dos voos com origem de Portugal, durante o ano de 2019, e concluiu que foram os aeroportos de Ponta Delgada e de Lisboa os que apresentaram "maior percentagem de perturbações".
Contudo, o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, regista "a melhoria mais significativa" face a 2018, passando de 43% de voos com perturbações para 39%. No caso do aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, as dificuldades nas viagens aéreas mantém-se dois pontos percentuais acima dos 40%.
Das companhias aéreas com maior atividade em Portugal, a Sata Air Açores "lidera na percentagem de voos com perturbações": da totalidade de voos que descolaram, 43% causaram dificuldades aos passageiros.
A TAP Air Portugal "é a única que regista uma melhoria na sua performance". Em 2019, sofreram perturbações 35% das viagens efetuadas, enquanto em 2018 o valor rondava os 43%.
Contudo, em termos dos passageiros afetados por perturbações, a TAP Air Portugal continua a ser a mais problemática e, em 2019, mais de 2,6 milhões de viajantes enfrentaram dificuldades no voo. Nesta lista, segue-se a Ryanair, que afetou cerca de 1,7 milhões de pessoas, a Easyjet, com 714 mil e a SATA Air Açores, que apesar de ter a maior percentagem, afetou "apenas" 296 mil passageiros.
Segundo a AirHelp, globalmente, no ano último ano, 34% dos voos com partida em Portugal "chegaram ao destino com mais de 15 minutos de atraso ou foram cancelados" e "como consequência, cerca de oito milhões de passageiros foram afetados e mais de 190 mil viajantes viram o seu voo cancelado", refere, avançando que, "em média, os cancelamentos de voos causaram dificuldades a mais de 500 pessoas por dia".
Do total de passageiros que enfrentaram perturbações em voos, a AirHelp diz que "cerca de 270 mil têm direito a compensações financeiras das companhias aéreas, de acordo com o regulamento EC261".
Citada no comunicado, a especialista em direitos dos passageiros aéreos da AirHelp Carolina Becker afirma que, "embora se tenha verificado uma ligeira melhoria global em termos de performance dos voos, com a redução do número e percentagem de voos com perturbações em 2019 comparativamente a 2018, ainda há um longo caminho a percorrer".
Como recorda Carolina Becker, "no final do ano passado, Portugal evidenciou-se pelos piores motivos, ao registar a maior percentagem de perturbações em voos entre os países da União Europeia".
Com base noutro estudo, divulgado pela AirHelp, 83% dos passageiros aéreos da União Europeia desconhecem os seus direitos, o que é "alarmante". A organização acrescenta, ainda, que, "no caso de cancelamentos, a maioria das pessoas contenta-se com o reembolso do bilhete, mas é importante que saibam que, além disso, podem ter direito a uma compensação de até 600 euros".