Veja o vídeo. Em missa na Roménia, Papa elogia mulheres e vítimas de perseguição
31-05-2019 - 15:47
 • Aura Miguel , Filipe d'Avillez

Esta sexta-feira, no primeiro de três dias de visita à Roménia, o Papa Francisco celebrou uma missa na catedral católica de São José, em Bucareste. Num país marcado pela diversidade de confissões e ritos cristãos, Francisco apelou à unidade e à coragem de criar comunhão.

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O Papa Francisco elogiou esta sexta-feira as mulheres da Roménia, comparando-as com Nossa Senhora.

Na homilia da missa que celebrou esta tarde, na catedral católica de São José, em Bucareste, Francisco partiu da passagem bíblica da visita de Nossa Senhora a Santa Isabel, sua prima, para se referir às “mães e avós” da Roménia.

“Contemplar Maria permite-nos estender o olhar sobre tantas mulheres, mães e avós destas terras que, com sacrifício sem alarde, abnegação e empenho moldam o presente e tecem os sonhos do futuro. Doação silenciosa, tenaz e despercebida, que não tem medo de ‘arregaçar as mangas’ e carregar as dificuldades aos ombros para levar por diante a vida dos seus filhos e de toda a família, esperando ‘para além do que se podia esperar’.”

“Permanece inesquecível o facto de um forte sentido de esperança que vive e pulsa no vosso povo para além de todas as condições que possam ofusca-la ou procurem extingui-la”, disse Francisco.

O Papa elogiou ainda os muitos romenos que sofreram pela sua fé durante as perseguições comunistas.

“Pensemos nas grandes testemunhas destas terras! Pessoas simples, que confiaram em Deus no meio das perseguições. Não colocaram a sua esperança no mundo, mas no Senhor, e assim continuaram para diante. Quero agradecer a estes vencedores humildes, a estes santos de ao pé da porta que nos apontam o caminho. As suas lágrimas não foram estéreis, foram oração que subiu ao Céu e irrigou a esperança deste povo.”

A Roménia é um país de esmagadora maioria ortodoxa. A comunidade católica é de apenas cerca de 4%, dividida entre os católicos latinos e os de rito bizantino, que foram perseguidos com particular dureza durante o regime comunista.

Apesar desta grande variedade de confissões cristãs e ritos, o Papa fez um apelo à unidade. “Na Igreja, quando se encontram ritos diferentes, quando em primeiro lugar não vêm as próprias afiliações, o próprio grupo ou a própria etnia, mas o Povo que, junto, sabe louvar a Deus, então acontecem grandes coisas. Digamo-lo com força: felizes os que creem e têm a coragem de criar encontro e comunhão.”

O Papa continua na Roménia até domingo, dia em que vai beatificar sete bispos romenos da igreja de rito bizantino que foram mortos pelo regime comunista.