Menos propaganda e mais investimento, pede o Sindicato Independente dos Médicos
18-09-2020 - 01:13
 • Lusa

Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, considera que é preciso investir mais no SNS, no dia em que o hospital Amadora-Sintra anunciou que o serviço de ginecologia-obstetrícia vai deixar de funcionar entre as 20h e as 08h.

Menos propaganda e mais investimento. É este o renovado apelo do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) ao Governo, no dia em que o Hospital Amadora-Sintra anunciou o encerramento da Urgência de Ginecologia e Obstetrícia durante a noite, a partir de segunda-feira, por falta de recursos humanos.

Contactado pela Renascença, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, diz que as maternidades da área metropolitana de Lisboa estão muito pressionadas e que não se pode dizer simplesmente que está tudo bem.

“Ao aproximar-se a época da gripe, ao não haver planos de contingência para a recuperação de consultas que se atrasaram por causa da pandemia, estamos numa situação, na área metropolitana de Lisboa, de extraordinária pressão nas maternidades. Não se pode dizer que não há problema nenhum, porque por exemplo São Francisco Xavier tem estado em contingência várias vezes e Santa Maria também.”

“O nosso apelo é para que se invista no SNS e que não se esteja só com palavras ocas, é necessário que se invista. A realidade, infelizmente, é muito mais poderosa que a propaganda. Não se pode dizer que está tudo bem, porque não está”, acusa.

As atuais dificuldades são agravadas pelo quadro de pandemia que o país atravessa, mas há mais problemas para além da Covid-19, diz Roque da Cunha.

“Não havendo investimento, não havendo profissionais e ao mesmo tempo que, com a pandemia, se aumentou a pressão junto das pessoas que fazem essas urgências, a realidade e que nas últimas semanas têm havido as mais variadas denúncias pelo país, desde Portimão, Beja, pediatria no Hospital de Almada que está encerrada, e agora Amadora. E o que se passa na Amadora não é novo. Os médicos têm estado a protestar há vários meses, mas sem resposta”, diz.