Sindicato diz que reforço de 167 médicos anunciado pelo Governo é "publicidade enganosa"
26-06-2019 - 13:29
 • Agência Lusa

“O que queremos é que o Ministério da Saúde crie as condições para os doentes serem bem tratados, que sejam diminuídas as listas de espera e que sejam contratados os médicos.”

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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirmou esta quarta-feira que os 167 médicos que o Governo anunciou na terça-feira que vai recrutar fazem parte das vagas do concurso lançado em maio e considerou que se trata de “publicidade enganosa”.

“É perfeitamente lamentável que o Ministério da Saúde, em vez de se preocupar em encontrar soluções para um problema se preocupe com a propaganda. Esta é grave porque induz as pessoas em erro”, afirmou o secretário-geral do SIM, Jorge Paulo Roque da Cunha.

Na terça-feira, os Ministérios da Saúde e das Finanças abriram um processo de recrutamento de 167 médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), 50 dos quais médicos de família e os restantes de 13 especialidades hospitalares.

Num despacho conjunto, são identificadas as zonas carenciadas de recursos médicos, abrindo o processo de recrutamento para as 167 vagas.

Entre as vagas em especialidades hospitalares, 14 são para anestesiologia, 15 para cardiologia, 17 para medicina interna, 12 para ginecologia/obstetrícia e 10 para psiquiatria.

Em declarações à agência Lusa, Roque da Cunha fala em “milagre da multiplicação das vagas”, explicando: “Anuncia-se que se vai contratar mais 167 médicos, que são os que saíram no concurso de maio. Anunciam que vão contratar não sei quantos obstetras em Lisboa e no Porto e são exatamente esses do concurso”.

“O que queremos é que o Ministério da Saúde crie as condições para os doentes serem bem tratados, que sejam diminuídas as listas de espera e que sejam contratados os médicos”, afirmou.

Para o secretário-geral do SIM, o ministro das Finanças, Mário Centeno, “está numa realidade totalmente europeia”.

“Não adianta que o doutor Centeno, que está numa realidade totalmente europeia e longe do que acontece no nosso país, possa dizer que está tudo bem”.