Macau. Associação dos Cidadãos Unidos foi mais votada para parlamento
12-09-2021 - 21:32
 • Lusa

Lista de português foi terceira mais votada nas eleições. O processo eleitoral em Macau ficou marcado pela exclusão do campo pró-democracia.

A lista da Associação dos Cidadãos Unidos de Macau foi a mais votada nas eleições por sufrágio direto para o parlamento de Macau que decorreram este domingo, marcadas por uma abstenção recorde e pela exclusão dos candidatos pró-democratas.

Segundo dados da Comissão dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, divulgados na madrugada de segunda-feira em Macau (noite de domingo, em Portugal), a Associação dos Cidadãos Unidos por Macau elegeu três deputados, dos 14 lugares em disputa na votação por sufrágio direto, garantindo 26.593 votos.

A União para o Desenvolvimento, com 23.760 votos, garantiu dois lugares, assim como a lista Nova Esperança, liderada pelo deputado José Pereira Coutinho, o único português a ser eleito, tendo esta força assegurado 18.232 votos.

"Há quatro anos tivemos 14 mil votos, nestas eleições foram mais de 18 mil. Somos agora a terceira força de Macau. Foi um excelente resultado", afirmou, à Lusa, José Pereira Coutinho.

A deputada Agnes Lam, que concorria pelo Observatório Cívico, não conseguiu a reeleição, uma das grandes surpresas destas eleições.

A União de Macau-Guangdong, a União Promotora Para o Progresso e a Aliança de Bom Lar elegeram dois candidatos cada, com o Poder da Sinergia a conquistar um mandato.

Dos 323.907 eleitores, votaram nas eleições para a Assembleia Legislativa (AL) de Macau 137.279, o que se traduziu na mais alta taxa de abstenção desde a criação da região especial administrativa chinesa.

A comissão que gere as eleições indicou que a taxa de afluência foi de 42,38%, quando em 2017 se tinha estabelecido um recorde de participação de 57%.

O processo eleitoral em Macau ficou marcado pela exclusão do campo pró-democracia.

A comissão que gere as eleições excluiu cinco listas e 20 candidatos, 15 dos quais associados ao campo pró-democracia, por "não defenderem a Lei Básica da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]" e não serem "fiéis à RAEM".

A transferência da administração de Macau de Portugal para a China ocorreu no final de 1999.

A AL, entre 2021 e 2025, será composta por 33 deputados, de entre os quais 14 deputados eleitos por sufrágio direto, 12 eleitos por sufrágio indireto e sete outros nomeados pelo chefe do Executivo.