TGV. Ourém quer metro de superfície a ligar Leiria a Fátima
23-01-2023 - 12:57
 • Teresa Paula Costa

Proposta apresentada no âmbito da consulta pública ao Plano Ferroviário Nacional tem em conta os milhões de pessoas que se deslocam anualmente à Cova da Iria.

A Câmara Municipal de Ourém quer que seja criado um metro de superfície que ligue a cidade de Leiria, onde o Plano Ferroviário Nacional prevê a passagem da linha do TGV, e a cidade de Fátima.

A proposta aprovada por unanimidade em reunião de Câmara surge no âmbito do processo de consulta pública do Plano Ferroviário Nacional que decorre até 28 de fevereiro e considera haver "uma região com uma lacuna evidente" no Plano Ferroviário Nacional.

O novo documento do Ministério das Infraestruturas prevê a existência de uma estação nas imediações da cidade de Leiria, onde o comboio de alta velocidade parará duas vezes por dia.

Para o chefe do executivo oureense, Luís Albuquerque, “dada a proximidade da ferrovia de Fátima, fazia todo o sentido que pudéssemos ter uma extensão da futura linha do TGV, para que as pessoas que queiram vir a Fátima tenham outro tipo de transporte que é importante e poderá ser fundamental no futuro.”

Em declarações à Renascença, o autarca lembrou que “Fátima é hoje um destino turístico religioso muito procurado, onde acorrem normalmente milhões de pessoas”, apesar de os acessos serem feitos, essencialmente, por via rodoviária e pedonal.

Para Luís Albuquerque, há uma “total ausência de serviços ferroviários para Fátima”.

“A estação conhecida como sendo ‘estação de Fátima’, no concelho de Tomar, efetivamente, não traz qualquer serviço à cidade", já que se situa a cerca de 25 quilómetros e não tem "qualquer serviço interoperável que possa fazer esta ligação", sendo “inúmeras as situações em que os passageiros se sentem defraudados e perdidos com esta errada designação".

Por outro lado, “também a estação de Caxarias, no concelho de Ourém, não traz serviço ferroviário a Fátima”, embora esteja mais próxima, a 20 quilómetros de distância.

Para o autarca, não se trata de beneficiar a região, embora a população possa também vir a aproveitar o serviço, mas de beneficiar “todos os que nos queiram visitar” e que terão uma maior facilidade de acesso a Fátima.

Nesta altura, a autarquia não tem ainda orçamento estimado para a obra, nem traçado previsto.

Em breve, Luís Albuquerque pedirá uma reunião ao secretário de Estado das Infraestruturas para lhe dar a conhecer a proposta.