Clima: o preço de nada se fazer
22-09-2019 - 14:42
 • José Bastos

Nuno Botelho, Luís Aguiar-Conraria e José Alberto Lemos analisam a atualidade.

“A natureza está zangada e não se pode brincar, porque ela devolve-nos o golpe”, disse António Guterres, secretário-geral da ONU numa entrevista publicada por vários jornais do consórcio “Covering Climate Now”.

Tendo como pano de fundo a ideia de que “estamos a perder a corrida” para travar as alterações climáticas, como sugerem os eventos climáticos extremos em vários pontos de mundo, Guterres convocou a Cimeira do Clima.

Na cimeira desta segunda-feira, em Nova Iorque, e nas reuniões multilaterais a seguir, líderes e instituições mundiais vão estar pressionados a “apresentar planos e não discursos”, na expressão de Guterres.

A ONU pretende ver os países do Acordo de Paris a reduzir 45% dos gases com efeito de estufa até 2030 e até 2050 a neutralidade carbónica: não emitir mais do que conseguem absorver na natureza. É preciso reduzir 45% das emissões de CO2 numa década, porque a porta fecha em 2030 para travar a subida da temperatura média global acima de 1,5 graus.

Na Cimeira do Clima só poderão intervir os países comprometidos em reduzir as emissões de CO2 ou a caminho de ser neutros em carbono em 2050. Portugal vai falar, mas, por exemplo, Estados Unidos e Brasil não.

A Cimeira do Clima e a campanha para as legislativas de 6 de outubro são temas para a análise de Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho, Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto e José Alberto Lemos, jornalista da Renascença em Nova Iorque.