CTT suspendem encerramentos e vão reabrir algumas lojas
12-06-2019 - 20:09
 • Renascença

O anúncio foi feito esta quarta-feira no Parlamento pelo presidente do conselho de administração da empresa.

Os CTT vão iniciar o processo de reabertura de lojas em concelhos que deixaram de ter uma estação, revelou esta quarta-feira o presidente do conselho de administração da empresa. João Bento falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Questionado sobre quantas lojas vão fechar portas, o administrador dos CTT respondeu: "zero" e anunciou a reabertura de estabelecimentos já nas próximas semanas.

"Nós temos que inverter esse processo de encerramento de lojas, que são as últimas lojas em concelho, e apesar de isso ter sido feito ao abrigo da disponibilidade que o contrato de concessão permite, não houve nenhuma violação do contrato, entendo que os benefícios económicos são claramente ultrapassados por benefícios de outra natureza por inverter esse processo. Não só não fechando mais lojas, não fechamos as últimas lojas em concelho, como vamos iniciar o processo de reabertura de últimas lojas em concelho. É um processo que não se pode desenvolver instantaneamente", afirmou João Bento.

O novo CEO dos CTT adiantou que existe uma exceção em Venda Nova, no concelho da Amadora, onde ainda não há um acordo com a autarquia e a junta de freguesia para manter a loja aberta.

Questionado sobre quantas lojas vão reabrir, o presidente do conselho de administração dos CTT remeteu pormenores para mais tarde.

"Não é possível partilhar já hoje em que casos isso vai acontecer, mas nós vamos iniciar um processo de reabetura de lojas. Conto que possamos divulgar o primeiro ou os dois primeiros casos concretos nas próximas semanas", salientou.

De acordo com João Bento, neste momento, há um total de "33 concelhos sem lojas CTT, e com serviço fornecido em postos, sendo que apenas dois dessses já estavam nessa situação quando a empresa foi privatizada". No início do ano, a ANACOM disse que os Correios pretendiam deixar mais 15 concelhos sem estações.

Questionado sobre a eventual presença do Estado nos CTT, o administrador respondeu: "é-me totalmente indiferente a estrutura de capital que está presente na empresa. Considero que isso não é um preconceito. É ao parlamento que cabe tomar essas decisões".

João Bento elencou um conjunto de preocupações e prioridades para o seu mandato: aumentar a proximidade às populações, melhorar a qualidade do serviço postal universal, garantir sustentabilidade do serviço postal universal enquanto viabilizador da empresa e dos postos de trabalho, e reinventar o nosso negócio através da diversificação.

"Acredito que não vai desaparecer, mas o negócio postal está a decair. Ou encontramos mais negócio para as pessoas que temos ou teremos de ter menos pessoas para o negócio que teremos", alerta o CEO dos CTT.

João Bento falava no Parlamento no dia em que o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT) anunciou uma greve nos CTT para 5 de julho.