Marco Ferreira: "Deve-se evitar o desgaste da imagem do árbitro no VAR"
08-07-2022 - 12:45
 • João Fonseca

O antigo árbitro internacional defende um quadro de elementos exclusivamente ligados ao VAR, deixando os árbitros dedicados apenas ao trabalho de campo. Prolongamento da carreira na arbitragem é o caminho para mesclar e equilibrar o grupo principal com a juventude que é promovida.

Os convites a Rui Costa, Nuno Almeida e Manuel Mota para prosseguirem no quadro principal de árbitros para a nova época e a Hugo Miguel para ser exclusivamente videoárbitro (VAR) são mudanças que revelam uma estratégia diferente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol, embora haja ainda um caminho a percorrer.

A opinião é Marco Ferreira, antigo árbitro internacional. A exemplo dos outros três juízes, Hugo Miguel atingiu o limite de idade, no entanto, termina a carreira nos relvados. A propósito desse caso, Marco Ferreira salienta, em declarações a Bola Branca, que para se "evitar o desgaste da imagem do árbitro" deve haver uma separação de funções - haver quem se dedique exclusivamente aos relvados e quem esteja apenas no VAR.

"À medida que eles vão sendo despromovidos ou quando saem, como no caso do Hugo Miguel, por questões físicas, vão entrando nesse quadro, até chegar uma altura em que haverá um mesmo exclusivo de VAR, que acho deve ser esse o caminho", considera o antigo juiz internacional.

Marco Ferreira sustenta que essa será a forma de criar uma estrutura fixa para "evitar que o desgaste de imagem do árbitro continue" como VAR.

Sobre os convites aos que atingiram o limite de idade para que continuem, o antigo juiz madeirense considera que teria outra estratégia, embora entenda que esta é uma forma de reverter um processo que acabou por destruir "a meritocracia", quando se criou a Academia.

Começou-se a "olhar para o bilhete de identidade dos árbitros" e isso levou a um desequilíbrio no quadro. Algo que obrigava o CA da Federação a identificar para internacionais árbitros "com um, dois, três meses de primeira divisão" e que nunca foram postos à prova em "jogos dos principais grandes" do futebol português.

"Isto não é nada que credibilize a arbitragem portuguesa", confessa Marco Ferreira, a concluir a sua análise ao caminho que o departamento gerido por Fontelas Gomes tem vindo a trilhar nos últimos tempos.