​Vamos tornar a Joana Verde?
 • Ana Marta Domingues


A Reciclagem deve ser uma preocupação de todos, todos os dias do ano. Agora que estamos em tempo de tantas festas - e de criar muitos resíduos com tantas embalagens! – está na hora de adotar novos hábitos. E começar 2022 da melhor maneira, a bem do Planeta. Vamos dar-lhe uma ajuda na Renascença.

- 1, 2 ,3 RECICLE OUTRA VEZ é o lema da campanha da Novo Verde em parceria com o Pingo Doce e foi o desafio que As Três da Manhã lhe trouxeram nos últimos dias do ano. O primeiro desafio é tornar mais verde a mais distraída das três, a Joana Marques. A seguir é estender o desafio a toda a população. Tornar a separação para reciclagem um hábito de todos. Lembre-se: não é só uma vez e basta, reciclar é um dever de todos, todos os dias!

Sabe porque é que tantos portugueses ainda não reciclam?

Há muitos motivos. A falta de hábito (50,3%) é o principal, segundo o estudo “Hábitos de Reciclagem”, da Novo Verde, relativo ao primeiro trimestre de 2019. De seguida, a falta de ecopontos perto de casa (44,6%) e, em terceiro lugar, por não acreditarem que os resíduos sejam efetivamente reciclados (26,4%).

Vale a pena conhecer as principais falsidades e factos sobre a reciclagem:

A reciclagem é real e a sua contribuição para o futuro do planeta Terra é efetiva. Mas para que aconteça, é preciso que todos nós, todos os dias, saibamos o que fazer com os resíduos recicláveis, como separá-los e onde os depositar. E antes de tudo é preciso acabar com ideias feitas e com algumas ideias erradas em concreto. Por exemplo: os camiões quando estão a recolher os resíduos dos ecopontos não misturam tudo, não é preciso lavar as embalagens, nem os materiais reciclados têm menos qualidade!

Ainda tem dúvidas?

CONSULTE AQUI O NOSSO POLÍGRAFO DA RECICLAGEM:

1- “Nós separamos, eles misturam”

“Não faz sentido separar os resíduos recicláveis, porque é tudo misturado nos camiões que fazem a recolha para a reciclagem.” Quantas vezes já ouviu este argumento? É uma das teimas mais comuns (e falsas), que surge porque em muitos casos há apenas um camião para recolher os resíduos do ecoponto, criando a falsa ilusão de que é tudo misturado. FALSO!

O FACTO: Só porque vemos os ecopontos de diferentes materiais/cores a serem descarregados para o mesmo camião, não significa que a divisão não seja feita. Os transportes que fazem a recolha dos resíduos recicláveis dos ecopontos podem ter diferentes compartimentos, um para cada material (por exemplo: papel/cartão e plástico/metal). Ou seja, o camião pode transportar papel e cartão num compartimento e plástico e metal noutro.

Atualmente, a maioria das recolhas são realizadas por materiais/cores do ecoponto, pelo que o mesmo camião pode regressar ao mesmo local, após descarregar a primeira carga no centro de triagem.

De uma forma ou de outra, os materiais não são misturados.

Após recolher o plástico e metal, cartão e vidro dos ecopontos, o camião dirige-se à central de triagem, onde é feita uma seleção mais rigorosa por tipo de material. Este processo é feito de forma mecânica ou manual, e só depois as embalagens (já separadas) seguem para as empresas recicladoras. “Ah, então é agora que os resíduos são todos misturados!”. Não. Cada tipo de material tem a sua linha de triagem, com base na separação feita por todos nós, nos ecopontos. A saber:

  • Embalagens do ecoponto azul. Estes resíduos são conduzidos para a fase de triagem, onde é separado o papel do cartão. São feitos fardos distintos, que depois se encaminham para a unidade de reciclagem.
  • Embalagens do ecoponto amarelo. Logo à partida, é feita a separação entre as embalagens de plástico, metal e embalagens de cartão alimentos líquidos (ECAL). Por sua vez, as embalagens de plástico subdividem-se em diversas categorias, como: garrafas de refrigerantes, sacos de plástico, detergentes e cosméticos. Após a triagem manual e automática destas embalagens, as mesmas são compactadas em fardos para transporte para as unidades de reciclagem, onde serão transformadas em matérias-primas para novos produtos.
  • Embalagens do ecoponto verde. O vidro recolhido é depositado numa plataforma própria para seguir para reciclagem, onde será primeiramente descontaminado e depois reciclado.

2- “É necessário lavar as embalagens”

“Reciclar dá muito trabalho, porque é preciso lavar bem as embalagens antes de as colocar no ecoponto.” É-lhe familiar? Tem algum amigo que teima em dizer isto? Pois bem, é FALSO.

FACTO: A resposta é simples: não é preciso lavar as embalagens, nem retirar rótulos ou tampas, antes de as colocar no ecoponto para reciclagem. Aliás, esta é uma prática desaconselhada, pois implica um gasto desnecessário de água - um bem precioso e finito. Deve, no entanto, esvaziar ao máximo o seu conteúdo para não contaminar outras embalagens e, também, para evitar maus cheiros enquanto ainda estão armazenadas em casa.

3- “O plástico não é circular”

“A maioria dos plásticos não pode ser reciclada, porque haverei de me dar ao trabalho?” FALSO. Esta ideia, que teima em persistir, não podia estar mais longe da verdade.

FACTO: Sabia que o plástico reciclado pode ser utilizado no fabrico de camisolas polares, fibra de enchimento de um blusão, vasos ou tubos para canalização, novas embalagens de detergentes e sacos para o lixo e sacos para o transporte de compras? O plástico, tal como o cartão ou o vidro, pode ser reciclado, desde que colocado no contentor certo.

O primeiro passo é dado em casa. É preciso separar as embalagens de plástico das embalagens de outros materiais e dos resíduos indiferenciados, e colocá-las no ecoponto correto: o amarelo. Depois, as embalagens são recolhidas por operadores especializados e transportadas até ao centro de triagem de resíduos. Aqui, são separadas por diferentes tipos de polímeros (EPS, PET, PE-HD, PE-LD), para serem enviadas para o reciclador.

No reciclador, as embalagens de plástico são processadas e organizadas por categorias para seguirem para o fabricante, onde são transformados em novas embalagens, sacos ou até mesmo roupa. É então que regressam ao ponto de venda, prontas para ir para casa das pessoas, nas mais diversas formas, e voltarem a ser recicladas.

4- “Os materiais reciclados têm menos qualidade”

Muitas pessoas ainda teimam que os objetos feitos a partir de materiais reciclados apresentam menor qualidade quando comparados com os que são feitos a partir de matérias-primas virgens. FALSO

FACTO: À medida que o conhecimento e a tecnologia evoluem, os produtos reciclados têm cada vez mais qualidade. Atualmente, há indústrias que apenas trabalham com material reciclado. É o caso do vestuário, setor no qual há cada vez mais empresas que fabricam peças de roupa, desde fatos de banho a calçado, feitas com material 100% reciclado, nomeadamente embalagens de plástico encontradas no mar. Além da indústria têxtil, também a automóvel está a adotar comportamentos mais responsáveis, ao produzir componentes reciclados para utilizar no fabrico de veículos.

Mas basta olhar para o lado para encontrar objetos, em nossa casa, feitos com material reciclado, desde embalagens de detergente e cosméticos que utiliza diariamente, aos blocos de papel que o seu filho usa para desenhar.

5- “Reciclar é complicado”

“Dá muito trabalho separar os resíduos.” “Não existem ecopontos suficientes.” “Porquê dar-se ao trabalho, se a reciclagem não funciona?” No café, na rua ou no escritório, é muito comum ouvir estas teimas da boca de quem não separa os seus resíduos. Será verdade? É FALSO.

FACTO: Não. Reciclar os materiais permite dar-lhes uma nova vida e diminuir o consumo de recursos naturais, preservando, desta forma, o ambiente. Um gesto simples, mas que tem um impacto gigante no Planeta. No entanto, muitas pessoas continuam a não separar para reciclar por afirmarem que não existem ecopontos suficientes. O que é falso. Atualmente existem, em Portugal, uma média de 1 ecoponto por 180 habitantes.

Mas para reciclar é preciso separar de forma correta. A introdução de um contaminante ou de uma embalagem no ecoponto errado pode contaminar as restantes e impossibilitar a sua reciclagem. Por isso, importa lembrar as regras básicas da separação dos resíduos de embalagens.

ENTÃO… COMO FAZER DEVIDAMENTE A RECICLAGEM DAS EMBALAGENS?

Da separação em casa ao destino final, a Novo Verde dá-lhe algumas dicas simples que podem facilitar o processo de reciclagem.

1. Plástico e ECAL vão para… ecoponto amarelo

O ecoponto amarelo é o que suscita mais dúvidas. Então, vamos por partes, o que pode seguir para este contentor?

  • Todas as embalagens de plástico, como, por exemplo, garrafas de água, óleo, azeite ou sumo, sacos de plástico, embalagens de molhos, detergentes, pacotes de batatas fritas, champô, gel duche, pastas de dentes, tampas de plástico e copos ou garrafas de iogurte. A lista é extensa, mas uma coisa é certa: se é uma embalagem de plástico, coloque-a no ecoponto amarelo.
  • Pacotes ECAL, ou seja, embalagens de cartão para alimentos líquidos, como os pacotes de sumo, leite, nata ou polpa de tomate. Muitos leitores estarão a perguntar-se: “mas os pacotes de leite não são feitos de cartão?”. Sim, mas não só. Estas embalagens são compostas por uma mistura de três materiais: cartão, alumínio e plástico, estando a sua reciclagem assegurada se for depositada no ecoponto amarelo. Posteriormente, no processo de triagem, os diferentes materiais são encaminhados para o fluxo de reciclagem certo.
  • Esferovite. Comprou uma torradeira que vem embalada em esferovite? Sabe a cuvete que embala a carne que compra no supermercado? Uma vez que o esferovite é um tipo de plástico, estes materiais podem ser reciclados e, consequentemente, devem ser colocados no ecoponto amarelo.

Atenção: nem tudo o que é feito de plástico pode ser reciclado. É o caso dos objetos em plástico, como talheres, escovas de dentes ou cotonetes. Apesar de terem plástico na sua composição, não podem ir para o ecoponto amarelo, pois não se tratam de embalagens. Coloque-os nos ros resíduos indiferenciados.

2. Aço e alumínio… o ecoponto amarelo, parte II

O ecoponto amarelo tem muito que se lhe diga. Além dos plásticos, do ECAL e da esferovite, também podem ser depositadas embalagens de metal, como o aço ou o alumínio. Este material é altamente reciclável, podendo, por exemplo, dar origem a novas embalagens e a novos componentes de automóvel. Por isso, fazer a reciclagem do metal é tão importante.

Coloque no ecoponto amarelo as latas de bebidas e refrigerantes, conservas, comida para animais, aerossóis, lacas, espumas de barbear ou desodorizantes.

No entanto, não deposite neste ecoponto objetos outros de metal, como talheres, tachos ou panelas, clipes ou agrafos, dado que não são embalagens. Pilhas, baterias, lâmpadas, telemóveis e outros equipamentos eletrónicos também não devem ir para o ecoponto amarelo. Os supermercados e municípios da sua área de residência têm contentores próprios (Depositrão e Traga Pilhas) para entregar gratuitamente estes resíduos.

3. Cartão e vidro seguem para… os ecopontos azul e verde, respetivamente

Se tem dúvidas sobre o que pode colocar nos ecopontos azul e verde, fique a saber:

  • O ecoponto azul está destinado a receber resíduos de papel e cartão, tais como pacotes de bolachas, embalagens de cereais, caixas de ovos, caixas de transporte, sacos de papel, jornais, revistas e blocos de papel de escrita e impressão.

Para não inviabilizar a reciclagem do papel, não coloque neste contentor o papel autocolante, toalhetes, fraldas e papel de cozinha usados. São resíduos indiferenciados. As caixas de cartão devem ser espalmadas na medida do possível, de forma a diminuir o volume e contribuir para otimizar o espaço disponível nos ecopontos. O transporte torna-se mais eficiente e o ambiente agradece.

  • O vidro é 100% reciclável, por isso, deve encaminhar para o ecoponto verde todas as embalagens de vidro. Coloque neste contentor as garrafas de vidro de azeite, vinho e outras bebidas, assim como os frascos de compotas, boiões e perfumes.

Mas nem todo o vidro deve ser encaminhado para o ecoponto verde. A composição do material utilizado para embalagens não é a mesma de outros tipos de vidro, como os copos ou espelhos. Se forem depositados no ecoponto podem inviabilizar um lote de vidro a reciclar. Para assegurar que o vidro será 100% reciclado, não coloque acrílicos, espelhos, loiças, porcelanas, lâmpadas e materiais de construção.

As embalagens têm um papel importante na conservação e transporte dos produtos que consumimos no dia a dia, mas também põem em causa a sustentabilidade do Planeta quando não são separadas e recicladas. Só assim é possível promover a economia circular e reutilizar os recursos, cada vez mais escassos. Pequenos gestos hoje, podem fazer toda a diferença no futuro!

BOAS PRÁTICAS A TER EM CONTA:

Alguns cuidados que pode, e deve, ter antes de colocar as embalagens no ecoponto são:

  • Escorrer bem a embalagem para eliminar o máximo de produto;
  • Espalmar, sempre que possível, as embalagens, para que ocupem menos espaço nos ecopontos e nos camiões. Desta forma, aumenta o número de embalagens transportadas por operação de recolha, otimizando os custos de transporte e minimizando o impacto ambiental;
  • Depositar as embalagens individualmente no ecoponto e não em sacos fechados. Caso transporte as embalagens em sacos de plástico descartáveis, deposite o saco no ecoponto amarelo. Assim, facilita a separação na estação de triagem;
  • Colocar no ecoponto correspondente: as embalagens de plástico e de metal no amarelo, as de cartão no azul e as de vidro no verde..

Nunca é demais lembrar...

PORQUE É TÃO IMPORTANTE RECICLAR EMBALAGENS?

As embalagens estão por todo o lado. Nas prateleiras dos supermercados, nos armários das casas de banho, nas despensas das casas ou nos produtos que consumimos nos restaurantes e na rua e em tantos outros locais. São fundamentais para preservar os bens que utilizamos ou consumimos, mas também contribuem para a escassez de recursos naturais do nosso Planeta. Reciclar é a solução.

Em menos de uma década, Portugal terá de cumprir uma meta muito ambiciosa: reciclar, pelo menos, 70%, em peso, do total dos resíduos de embalagens. Por outras palavras, quase ¾ das embalagens consumidas devem ser recicladas. O objetivo é difícil e não pode ser concretizado sem a colaboração de todos os intervenientes, desde os fabricantes e embaladores, passando pelos distribuidores, até aos consumidores.

De acordo com Relatório de Estado do Ambiente (REA) 2020-21, do Ministério do Ambiente e da Ação Climática e da Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA, I.P.), o top dos materiais de embalagem mais reciclados contempla a madeira (91%), seguida do papel e cartão (71%), do vidro (56%), dos metais (46%), e, por fim, do plástico (36%).

Além de assegurar que os resíduos de embalagem são corretamente encaminhados para valorização e reciclagem, a Novo Verde – Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens - estabeleceu como prioridade a sensibilização de todos os agentes envolvidos para o desenvolvimento de práticas sustentáveis, em defesa do nosso Planeta.

As embalagens são feitas com os recursos que o planeta nos dá, mas estes não são eternos. Ao fazer corretamente a separação de resíduos, garante que estes podem seguir para a reciclagem, evitando a extração de matérias-primas e prolongando o ciclo de vida dos materiais.

Por exemplo, a reciclagem do plástico diminui o consumo de petróleo, a valorização das embalagens de metal evita a extração dos minérios, o vidro reciclado poupa recursos naturais minerais e a pasta de papel reciclada reduz o abate de árvores.

E depois da reciclagem?

Atualmente, existem diversas soluções sustentáveis à disposição do consumidores, basta estarmos atentos e escolhermos os produtos mais sustentáveis para reduzir a nossa pegada ambiental.

Estas soluções integram diversas práticas, desde o desenho e produção dos artigos (diversidade materiais das embalagens e incorporação de reciclados), transporte até ao ponto de venda e informação sobre a composição das embalagens dos produtos e sua deposição após utilização (contentor do ecoponto a considerar).

Nas lojas Pingo Doce é possível encontrar diversos produtos que materializam o conceito da economia circular, oferecendo ao consumidor opções mais amigas do Planeta, entre as quais: detergentes de limpeza vendidos em embalagens de plástico reciclado, embalagens de um só material e cujo design facilita a sua separação, logo mais fáceis de reciclar; comercialização de sacos reutilizáveis e feitos de plástico reciclado; venda de produtos a granel que podem ser acondicionados em soluções de transporte reutilizáveis e levadas pelos clientes (exemplo: sacos de reutilizáveis para o acondicionamento de frutas e legumes). Saiba mais sobre o Programa de Ecodesign do Pingo Doce aqui.

Sabe o que é o ecodesign de embalagens?

O ecodesign de embalagens tem como objectivo desenvolver soluções de embalagens ecoeficientes. O que isto significa? Que, trazendo preocupações ambientais para o design de embalagens, pretendemos reduzir o impacto ambiental associado quer às embalagens primárias (as embalagens que leva para casa), quer às embalagens de transporte e exposição, procurando soluções que permitam optimizar o acondicionamento e transporte dos produtos da marca Pingo Doce. Através de projectos de ecodesign de embalagens, procuramos reduzir o consumo de recursos naturais e promover a reciclagem dos materiais de embalagem, diminuindo assim a pressão sobre os ecossistemas e resultando em embalagens ambientalmente mais adequadas.

Recentemente, o Pingo Doce publicou ainda o Guia de Boas Práticas Ambientais para que os consumidores possam fazer escolhas mais informadas nas suas compras. Saiba mais aqui.

Pronto para fazer a sua parte? Torne-se verde, siga os conselhos da Novo Verde. 1,2,3 RECICLE OUTRA VEZ! É uma campanha na Renascença em parceria com a Novo Verde e o Pingo Doce. Torne a Reciclagem um ritual e um bom hábito de 2022!