Treinador do Famalicão acusado de assédio sexual por ex-jogadoras
29-09-2022 - 07:59
 • Renascença com Lusa

Federação Portuguesa de Futebol vai abrir um processo disciplinar. Mensagens terão começado na pré-temporada 2020-21, com a chegada de Miguel Afonso para orientar a recém-formada equipa sénior do Rio Ave.

O treinador da equipa feminina do Famalicão, Miguel Afonso, é acusado de assédio de sexual por algumas jogadoras do Rio Ave, equipa que treinou na época 2020/21.

O técnico, que treina agora a equipa feminina do Famalicão, terá trocado algumas mensagens íntimas com jogadoras com idade entre os 18 e os 20 anos, solicitando fotos e vídeos, segundo avança o "Público".

Contatado pelo jornal, Miguel Afonso, de 40 anos, recusou-se a comentar, dizendo apenas: "Não sei onde querem chegar com isso e que tipo de conversas são essas."

Uma das atletas conta que partilhou a situação com os pais e que, depois de ter dado disso conhecimento ao treinador, começou a sentir-se prejudicada, acabando por não ser convocada para o primeiro jogo oficial da temporada e por ser relegada para os escalões de formação do Rio Ave.

Numa outra situação, escreve o jornal, o treinador foi confrontado pelo namorado de uma das jogadoras alvo destas mensagens, mas Miguel Afonso "disse tratar-se de uma brincadeira e pediu desculpas".

O Famalicão terá sido informado da situação depois de o contratar e defende agora que a questão está resolvida, mas não quis prestar declarações ao jornal.

O jornal refere, ainda, que a promoção de Miguel Afonso a um clube da I Liga feminina "deixou surpreendidas muitas jogadoras e outros agentes desportivos" que tiveram conhecimento da situação e acrescenta que a direção do Famalicão foi informada, mas "nada fez até ao momento".

Miguel Afonso começou a carreira de treinador no Bonitos de Amorim, em 2019/20, e rumou ao Rio Ave na época seguinte. Na temporada passada, orientou a Ovarense. Esta época, assumiu o comando do Famalicão.

Desde julho que os regulamentos da FPF preveem punições para os casos de assédio. Este é o primeiro caso do género a ser conhecido no país.

A Renascença sabe que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol vai abrir um processo disciplinar. A FPF lembra que existem sanções específicas previstas no regulamento e um canal de denuncia para situações de assédio e outras.