Ordem dos Médicos pede à DGS que reveja critérios para uso universal de máscaras
06-04-2020 - 08:34
 • Renascença

Ministra da Saúde admitiu, no domingo, que o uso de máscaras pode passar a ser generalizado. Ordem dos Médicos pede ação urgente.

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A Ordem dos Médicos pede à Direção-Geral de Saúde (DGS) para "rever e operacionalizar, com caráter de urgência", os critérios para a utilização universal de máscara pelos profissionais de saúde e pela população, especialmente nos locais ou espaços públicos onde o distanciamento social seja mais complicado.

A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou, no domingo, em entrevista à RTP, que a DGS pedira um parecer que "vai no sentido de equacionar o uso mais amplo das máscaras", por forma a evitar a propagação do novo coronavírus. Ou seja, não afastou a possibilidade do uso generalizado de máscaras. Contudo, recordou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) continua a desencorajar o uso de máscaras, de qualquer tipo, por pessoas sem sintomas.

Além do pedido de revisão e operacionalização urgentes dos critérios de utilização de máscaras, a Ordem dos Médicos pede, em comunicado enviado às redações, que se assegure "o fornecimento ininterrupto dos equipamentos de proteção individual indispensáveis à segurança de quem cuida dos portugueses, os profissionais de saúde e outros profissionais expostos no exercício das suas funções".

A Ordem dos Médicos salienta ainda a necessidade de "melhorar a capacidade laboratorial dos testes de diagnóstico, em termos de volume, acessibilidade e tempo de resposta", assim como "possibilitar, em regime voluntário, a realização prioritária de testes de diagnóstico quinzenais aos profissionais de saúde e outros profissionais expostos".

O comunicado pede que se defina, "em colaboração com peritos, os critérios de realização, interpretação e utilidade dos testes serológicos de avaliação de anticorpos", e que se procure "simplificar e desburocratizar os processos de aquisição de medicamentos, dispositivos e equipamentos vitais".

A Ordem dos Médicos realça também a importância de serem divulgados os "dados clínicos e epidemiológicos, em formato anónimo, dos doentes com critérios de internamento e doentes falecidos, à comunidade médica e científica, de modo a identificar e maximizar potenciais fatores de intervenção e melhoria de atuação". E de "aproveitar e rentabilizar a onda de solidariedade e todas as ofertas da sociedade civil que podem fazer a diferença no combate à Covid-19".

Portugal registava, no domingo, 11.278 casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, que já matou 295 pessoas.