Covid-19. Hospitais do Norte registam recordes de admissão nas Urgências
11-05-2022 - 12:46
 • Isabel Pacheco , Marta Grosso

Na segunda-feira, o Hospital de São João, no Porto, recebeu mais de mil doentes e, na terça, quase metade dos adultos admitidos testou positivo à Covid-19. Em Lisboa, a situação é mais calma. Diretor do Hospital Curry Cabral aposta no regresso dos testes gratuitos para reduzir a pressão nas Urgências.

Os serviços de Urgência da grande maioria dos hospitais do Norte do país tem registado um aumento na afluência de doentes, que se queixam, sobretudo, de problemas respiratórios e muitos estão infetados com Covid-19.

Na terça-feira, o Hospital de São João, no Porto, admitiu 963 utentes nos serviços de urgência, tendo praticamente metade dos adultos testado positivo ao novo coronavírus: 46% de adultos com queixas respiratórias, segundo a unidade de saúde.

Na segunda-feira, o hospital bateu o recorde de admissões na Urgência, com 1.022 doentes a serem atendidos em 24 horas, dos quais 144 foram admitidos na área respiratória e 53 testaram positivo à Covid-19.

Em Matosinhos, o Hospital Pedro Hispano registou, na segunda-feira, o número recorde na afluência ao serviço de urgências. Foram atendidos 380 pacientes, quando a média habitual ronda os 230.

Segundo apurou a Renascença no périplo que fez, o aumento deve-se a casos positivos de Covid-19, sobretudo entre jovens.

O mesmo se passa no hospital de Viana do Castelo, que registou, na última sexta-feira, quase 3.500 casos positivos – mais 680 do que na semana anterior.

Já em Lisboa, o Hospital de Santa Maria não regista qualquer aumento pela procura das Urgências. Contactada pela Renascença, fonte do hospital refere que a procura está em linha com o mesmo período do ano passado, oscilando entre as 600 e 700 admissões por dia.

O cenário de normalidade foi igualmente verificado nas Urgências do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra).

Na opinião do diretor do serviço de Doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, o aumento dos casos de Covid-19 não se traduz, para já, num aumento de internamentos nem da gravidade dos casos, mas a pressão sobre as Urgências poderia ser reduzida com a reposição da gratuitidade dos testes.

“Tendo em conta que estamos a assistir a um aumento do número de casos, eu favoreceria de facto que se prolongasse por um pouco mais a gratuitidade dos testes, porque isso seguramente iria aliviar a pressão nos serviços de urgência e iria disponibilizar os recursos humanos que existem nesses serviços de Urgência para doentes que efetivamente tenham doença que justifique essa ida à Urgência”, afirma Fernando Maltez.

Os hospitais não estariam, assim, “a consumir esses recursos com doentes que, ao fim e ao cabo, vão apenas para realizar o teste e não têm sintomatologia nem patologia que justifique a dia à instituição”, acrescenta, em declarações à Renascença.