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O 36ª dia da guerra na Ucrânia fica marcado pelas declarações do presidente russo Vladimir Putin que garantiu que a partir de amanhã, sexta-feira, quem quiser comprar gás e petróleo à Rússia terá de o fazer em rublos através da abertura de uma conta num banco local. A resposta imediata de vários países foi a de que não aceitam ultimatos de Moscovo.
Putin disse que quem não aceitar esta condição terá os contratos de fornecimento cancelados. Mas a ameaça não foi suficiente para abalar países como a Alemanha, a França e o Reino Unido que rejeitam aceitar as condições da Rússia.
Numa informação algo contraditória com o que está a ser avançado em público, o primeiro-ministro italiano Mário Draghi, que falou esta quinta-feira ao telefone com Putin, disse ainda que o presidente russo tinha assegurado que os atuais contratos de gás se mantinham em vigor e que as empresas europeias continuariam a pagar em euros e em dólares.
“O que entendi, mas posso estar errado, é que a conversão do pagamento é uma questão interna da Federação Russa”, disse Draghi.
Entretanto, o jornal russo Kommersant noticia que a empresa estatal russa Gazprom está a trabalhar em formas de interromper o fornecimento de gás ao continente europeu. A notícia surge depois de, na quarta-feira, Alemanha e Áustria terem dado o primeiro passo para um possível racionamento de gás natural.
Na mesma conversa com Draghi, Putin terá ainda dito que as condições para um cessar-fogo na Ucrânia “ainda não são maduras”.
Rússia sai de Chernobyl
Outra informação que marcou o dia foi a recuperação da central nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia, que estará, de novo, sob controlo ucraniano. O anúncio foi feito pela empresa nuclear estatal.
Estas informações vão no sentido de algumas notícias que dão conta de que as tropas invasoras estão a abandonar aquele aquela região do norte do país.
As acusações de uso de armas proibidas continuam e depois das armas de fragmentação, agora as autoridades ucranianas acusam as forças russas de lançar bombas de fósforo, na pequena cidade de Marinka.
De acordo com o chefe da administração militar da região de Donetsk, Pavel Kyrylenko, foram identificados “uma dúzia de incêndios” provocados pelos projéteis e controlados pelos funcionários do Serviço Nacional de Situações de Emergência.
Algumas das ações russas nesta guerra, fazem aliás com que o secretário-Geral da NATO acuse Moscovo de falta de vontade política para acabar com a guerra na Ucrânia.
“É óbvio que temos visto muito pouca vontade do lado da Rússia para encontrar uma solução política. O que temos visto é uma contínua invasão militar na Ucrânia”, disse Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Foi ainda dado a conhecer nas últimas horas que há relatórios dos serviços secretos norte-americanos e dos serviços secretos britânicos a indicar que os conselheiros do Presidente russo esconderam-lhe as dificuldades que estavam a acontecer durante a invasão à Ucrânia por medo.
De acordo com o “The New York Times”, os relatórios secretos mostram que Putin não é informado corretamente sobre a guerra na Ucrânia.
Responsáveis da Casa Branca, citados pelo “Times”, dizem que estes documentos – que mostram a ocultação, por parte dos conselheiros, das dificuldades encontradas pelas forças russas – foram divulgados para mostrar a dimensão dos erros táticos adotados pelo Presidente com base em informação falsa.
Em resposta, fontes do Kremlin, já vieram afirmar que estes dados não são verdadeiros, e de que os norte-americanos não conseguem perceber a forma de pensar do presidente russo.
Nesta quinta-feira, Londres anunciou novas sanções contra mais 14 pessoas, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. Visam órgãos de comunicação social e algumas figuras relevantes do setor.
De acordo com a Reuters, entre os sancionados, estão figuras relevantes de alguns órgãos de comunicação social, onde constam os nomes de Alexey Nikolov, director-geral da RT, Sergey Brilev, um proeminente pivô noticioso da rede estatal, Rossiya Television and Radio, e Anton Anisimov, editor-chefe da Sputnik.
Também o nome do chefe do Centro de Comando e Controlo de Defesa Nacional da Rússia, Mikhail Mizinitsev, foi acrescentado a esta lista, por ter sido o “responsável pelo planeamento e execução do cerco, e bombardeamento, de Mariupol”.
As crianças continuam a sofrer com esta guerra e o número de vítimas mortais continua a subir. Segundo a Procuradora-geral ucraniana, 148 morreram e 232 ficaram feridas.
Há também 797 instituições de ensino que foram alvo de ataques desde o início da invasão.
Por fim, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, podem vir a encontrar-se "dentro de uma ou duas semanas".
A informação foi avançada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Ancara numa entrevista televisiva. Segundo Meylut Cavusoglu, ainda é "impossível indicar uma data ou local da próxima reunião".
"Pode vir a ser marcada uma reunião ao mais alto nível, pelo menos ao nível de ministro, dentro de uma semana ou duas."