José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, não considera normal a expulsão de Sérgio Conceição nos Barreiros, no jogo entre Marítimo e FC Porto.

O dirigente considera que "ninguém esteve bem, a começar pelo árbitro": "Não é normal acontecer uma situação destas. Não sabemos o que disseram os treinadores, mas fica a ideia de que não é normal e que algo se passou que podia ter sido evitado pela equipa de arbitragem”.

Para além de Conceição, também o seu adjunto Vítor Bruno foi expulso. José Pereira assume que há um problema na relação entre Conceição e os árbitros.

"Defendemos o futebol, não só os treinadores, mas evidentemente algo se passa, de errado, com Sérgio Conceição. Tornou-se um assunto viral para a arbitragem: qualquer coisa que diga vê logo o cartão. É preciso que haja alguma elevação no tratamento entre árbitros e treinadores”, explica.

Conceição reconheceu que, devido às críticas à arbitragem de João Pinheiro na final da Taça da Liga, Fábio Veríssimo estava condenado a ter um jogo muito difícil na visita dos dragões ao Marítimo.

O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol sublinha que os árbitros têm de estar preparados para a crítica.

"Os árbitros têm de se capacitar de que não são intocáveis, quer os árbitros, quer os seus representantes. Se o presidente da República é criticável, então os árbitros também o são. Desde que seja com educação, nós podemos fazer considerações, tal como os árbitros se podem defender de algumas coisas de que são acusados indevidamente. Tem de se criar um ambiente de diálogo”, diz José Pereira.

Sérgio Conceição explicou o que levou à sua expulsão, na sequência do segundo cartão amarelo a Bernardo Folha.

"Penso que bati palmas na linha lateral, em sentido de protesto, por achar que a expulsão era injusta. Podia citar alguns lances da dificuldade que o árbitro teve em perceber qual seria a melhor decisão. Quando o Fábio Veríssimo veio direito a mim e me deu o amarelo, eu disse-lhe: 'Está a ter um jogo fraco.' É a minha opinião, como ele pode achar que eu sou fraco porque tivemos dificuldades frente ao Marítimo na primeira parte. Não estou a fazer-me de vítima, é o que aconteceu. Tenho o árbitro como pessoa séria que não vai alterar o relatório", disse.

Como resolver o problema? José Pereira pede compreensão entre todas as partes.

"Reconhecemos que é difícil, durante um jogo, ter um ambiente saudável, porque às vezes valor mais altos de levantam. Mas todos nós temos de fazer um esforço nesse sentido e os árbitros têm de se convencer que estão sujeitos a críticas, como qualquer ser humano”, termina.