Sexta-feira, 31 de agosto de 2018


A oração institui uma nova ordem no mundo, ilumina o mundo. Não no sentido de que, rezando, recebemos uma luz nova para ver o mundo, mas no sentido de que, rezando, vemos o mundo iluminado pela luz nova e primeira da criação, o mundo «sete vezes» bom, dito e ordenado pela Palavra de Deus. Jesus, o Filho de Deus, é o orante por excelência. Quer isto dizer que orienta a sua vida toda para o Pai, de quem tudo recebe, perfeita transparência do Pai e do seu modo sempre novo, bom e belo de ver e de fazer. A oração é, portanto, uma preciosidade, em que acolhemos no nosso coração o pulsar do coração de Deus. Na nossa oração habitual, dita espontânea, atiramos simplesmente para Deus com os dramas e as alegrias que no momento sentimos. Mas a oração verdadeira passa mais pelo gesto de acolher o Céu, do que pelo gesto de atirar os nossos problemas para o Céu. Por isso, vendo Jesus a rezar, os seus discípulos percebem que é diferente a oração de Jesus, e pedem-lhe que os ensine a rezar também assim. E, com eles, pedimos nós também:
Senhor, ensina-nos a rezar, dá-nos um olhar puro, mãos limpas, um coração que vê, entranhas de misericórdia, e pés de quem corre a anunciar o Evangelho.