A Comissão Pontifícia para a Protecção de Menores (CPPM), criada pelo Papa, anunciou esta segunda-feira que vai apresentar a Francisco um conjunto de “directivas” para evitar e enfrentar eventuais casos de abusos sexuais na Igreja.
“A comissão desenvolveu um modelo de directivas na protecção e salvaguarda das crianças, adolescentes e adultos vulneráveis que vão ser apresentadas em breve ao Santo Padre, para a sua consideração”, adianta uma nota da CPPM publicada esta manhã na sala de imprensa da Santa Sé.
O anúncio foi feito após a reunião de trabalho da comissão, durante uma semana, que decorreu em Roma.
O comunicado refere que uma das vítimas de abusos sexuais ouvida pela comissão, e que foi abusado na infância, propôs à CPPM a instituição de uma Jornada de Oração como parte do “processo de cura” e da “maior tomada de consciência” destes casos.
O Papa Francisco pediu por isso que as Conferências Episcopais dos vários países “escolham um dia apropriado para rezar pelos sobreviventes e as vítimas de abuso sexuais” como partes deste Dia Mundial de Oração.
A CPPM manifestou a sua “satisfação” com o facto de vários organismos episcopais estarem a dar “passos” para concretizar essa proposta.
O comunicado da comissão recorda ainda as recentes disposições do Papa Francisco em relação à responsabilização de todos os que estiveram ligados ao “escândalo de abusos sexuais de menores por parte do clero”.
O Papa, sublinham os membros da CPPM, foi “mais longe”, estendendo a responsabilidade dos bispos a outros cargos na Igreja Católica.
A comissão anunciou ainda a intenção de criar um sítio oficial na internet, para “impulsionar os esforços” de colaboração com as dioceses e institutos religiosos para fazer da Igreja e da sociedade “um lar seguro para todos”.
A Comissão Pontifícia para a Protecção de Menores foi criada pelo Papa Francisco em Março de 2014.