Relatório final da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos aprovado por unanimidade
17-07-2019 - 21:24
 • Susana Madureira Martins

Sobre a não inclusão da frase sobre indícios de gestão danosa, Duarte Marques, deputado do PSD, afirma que os factos “estão todos no relatório”.

O relatório final da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi aprovado, esta quarta-feira, por unanimidade.

É a primeira vez na história das comissões parlamentares de inquérito à banca que o relatório final é aprovado por unanimidade.

“Valeu a pena este inquérito parlamentar para os portugueses ficarem a saber a verdade”, afirma o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, João Paulo Correia.

A deputada Cecília Meireles, do CDS, salienta que é a primeira vez que um relatório é aprovado por unanimidade. “Tem a ver com o modo como correu a CPI. Os trabalhos decorreram com isenção e rigor e percebemos melhor o que se passou na Caixa.”

“Foi importante para apurar responsabilidades, há vários responsáveis, administradores da CGD e, sobretudo, os que negociaram estes créditos”, declarou a deputada centrista.

De fora das conclusões fica uma proposta do PSD para que o documento referisse que foram encontrados indícios do crime de gestão danosa.

Sobre a não inclusão da frase sobre indícios de gestão danosa, Duarte Marques, deputado do PSD, afirma que os factos “estão todos no relatório”.

“Colocar gestão danosa no relatório seria graduar algumas práticas. Ainda assim a comissão valeu a pena. O facto de ter sido aprovado de forma unânime, quer dizer que há uma geração de deputados que não quer que isto volte a acontecer”, declarou Duarte Marques.

Os deputados deram luz verde a outra proposta social-democrata de inclusão no relatório que o Banco de Portugal "nunca alertou a Caixa Geral de Depósitos para o perigo" de operações para o sistema financeiro nacional.

Foi também aprovada outra alteração do PSD às conclusões do relatório incluindo que nas audições houve um grupo de poder que se encobriu, usando estratagemas como falta de memória.

Esta proposta - aprovada pelos deputados de PSD, PCP e BE, com abstenção de CDS-PP e contra de PS - refere que "em Portugal existe e subsiste um grupo restrito de pessoas e empresas que beneficia e concede entre si tratamentos privilegiados, constituindo posições de vantagens para si, que se tornam em sacrifícios e desvantagens para os restantes agentes económicos e para os portugueses em geral".