Luís Filipe Vieira, o criador da "Caixa de Campeões"
14-06-2019 - 12:45
 • João Fonseca

Bola Branca apresenta o último capítulo de um trabalho exclusivo sobre a formação do Benfica. Fechamos esta viagem com os dirigentes Luís Filipe Vieira e Pedro Mil-Homens.

O último capítulo da viagem à formação do Benfica não poderia passar sem procurar as respostas às muitas dúvidas lançadas por aqueles que viram na ideia de Luís Filipe Vieira um passo atrás na afirmação do clube no plano nacional e internacional.

"Chamaram-me demagogo ou populista", começa por disparar o presidente das águias, em entrevista à Renascença, por querer por em prática aquilo que pensou sem olhar a uma realidade mais economicista. Garante o líder das águias que "não foi uma questão de teimosia".

"Nunca me passou pela cabeça formar para vender. As pessoas por vezes especulam um pouco. Houve um período em que tivemos determinados jogadores que poderiam ter tido a oportunidade de entrar na equipa, mas, para não especularmos sobre treinadores, há os que têm mais vocação para jovens e outros menos. Naquela altura também tínhamos um plantel muito vasto e acho que esta estratégia foi bem pensada e passou dar a conhecer o que produzíamos no Seixal", lança Vieira.

Ligação ao Seixal

O presidente benfiquista promete "criar uma ligação ainda maior" com o Seixal, tendo inclusive gabinete no centro de estágio para estar "mais perto, porque é por ali que passa o sucesso do Benfica".

Pedro Mil-Homens é o diretor geral escolhido para dar maior dimensão ao projeto de formação. "A fase do recrutamento, a fase da matéria prima, digamos assim, a fase da transformação dessa mesma matéria prima, que é o nosso processo de formação, inclui a formação desportiva, a formação escolar, pessoal, social, também a formação para a cidadania e em terceiro lugar o aspecto mais relacionado com a gestão dos activos, se quiser, da carreira dos jogadores", indica o dirigente, em entrevista a Bola Branca.

"Mais importante que ganhar sempre, é jogar sempre para ganhar. Isso dá nota à mentalidade competitiva que os jogadores do Benfica devem ter", sublinha o responsável pela formação dos encarnados.

Replicar o exemplo do Benfica

Vieira gostaria de ver todos os clubes em Portugal seguir o exemplo do Benfica e refere que o campeonato conquistado este foi o que "mais gozo deu conquistar" porque a equipa contou com muitos jogadores formados no Seixal e com um treinador que também cresceu na academia do clube.

"Dá-me um sentimento muito especial para provar às pessoas que eu não era teimoso, que afinal estava dentro da razão. Também senti uma felicidade enorme nos jogadores, porque há um clube em Portugal que dá espaço para eles competirem e singrarem na sua profissão. Aliás, posso dizer-lhe que foi o campeonato que mais gozo me deu conquistar. Por tudo o que vivemos este ano e pelo treinador, que foi formado no Benfica. Duas coisas que casaram perfeitamente, o treinador e a maioria dos jogadores formados no Benfica".

Este é o ponto final numa viagem da Renascença pela formação do Benfica, neste último capítulo com Pedro Mil-Homens e Luís Filipe Vieira.