Jornalistas reforçam que falta de condições de trabalho condiciona independência
15-01-2017 - 22:00

Por outro lado, profissionais de comunicação social reafirmam que não são “pés de microfone”.

Terminou este domingo o 4.º congresso dos jornalistas com a aprovação por unanimidade de uma resolução final com 12 pontos. Os jornalistas lembram que “as condições de trabalho – dimensão reduzida das redacções com os despedimentos, precariedade, baixos salários e falta de tempo – estão a ter efeitos na qualidade do jornalismo e condicionam a independência dos jornalistas”.

Outros pontos aprovados reforçam que “os conselhos de redacção têm de ter um papel activo, o que exige a protecção legal dos jornalistas que neles participam. Os pareceres dos conselhos de redacção têm de ser vinculativos, nomeadamente para os cargos de direcção e chefia”.

Foram também aprovadas notas relacionadas com a necessidade de se cumprir a legislação laboral, reforçar os princípios éticos e deontológicos e de dar mais peso aos jornalistas nas entidades reguladoras do sector.

Os jornalistas terminam o documento, assumindo “o compromisso de cumprir os deveres e as responsabilidades decorrentes dos princípios ético-deontológicos do jornalismo e das melhores práticas do exercício da profissão”.

Entre as cerca de 40 propostas aprovadas destaque para o boicote a conferências de imprensa onde os jornalistas não tenham direito a fazer perguntas e às entidades que façam blackout aos órgãos de comunicação social.

Vai também avançar uma reflexão que leve a eventuais alterações ao actual Código Deontológico dos Jornalistas.