Mais de 400 casos de abusos na Igreja? "Não é particularmente elevado", diz Marcelo
11-10-2022 - 16:56
 • André Rodrigues

Marcelo Rebelo de Sousa diz não estar surpreendido com o balanço feito esta terça-feira pela Comissão Independente que investiga as denúncias de abusos sexuais na Igreja Católica. E considera que o número de casos contabilizados em Portugal "não é particularmente elevado", na comparação com países em que houve mais abusos reportados num mais curto espaço de tempo.

O Presidente da República considera que o número de casos de abusos sexuais na Igreja Católica não é "particularmente elevado".

Esta terça-feira, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica revelou que, nos 10 meses desde que iniciou funções, já recolheu 424 testemunhos de alegadas vítimas e que, desses, 381 prescreveram, ou seja, cerca de 90%.

"Não me surpreende", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, quando confrontado pelos jornalistas.

E justificou a sua posição com o facto de, nestes casos, não haver um limite de tempo para estas queixas.

"Há queixas de pessoas com 80 anos ou 90 anos e fazem denúncias de situações que aconteceram há 60, 70 ou 80 anos. Isto significa que estamos perante um conjunto de pessoas que se relacionou com a Igreja Católica, de milhões de jovens".

Daí que, para o Chefe do Estado, o facto de haver cerca de 400 casos reportados não é "particularmente elevado, porque noutros países, e com horizontes mais pequenos, houve milhares de casos".

Noutro plano, o Presidente da República desvaloriza, a previsão pessimista do FMI. Para 2023, o Governo prevê um crescimento de 1,3%, mas o Fundo Monetário Internacional diz que o crescimento será de apenas 0,7%.

Marcelo diz que o FMI faz essa previsão sem estar na posse de todos os dados entretanto revelados pelo Governo.