“Governo acordou tarde" para drama dos portugueses na Venezuela
10-10-2018 - 20:04

As linhas gerais do Orçamento do Estado para 2019, a primeira volta das presidenciais no Brasil, os mais recentes desenvolvimentos no caso de Tancos e a crise na Venezuela que atinge milhares de portugueses e lusodescendentes foram temas em destaque no programa Casa Comum desta semana, com o eurodeputado do PSD Paulo Rangel e o presidente da Câmara de Lisboa, o socialista Fernando Medina. Sobre a questão da Venezuela, Paulo Rangel diz que “o Governo acordou tarde”, durante três anos houve “total abandono” dos portugueses na Venezuela, que só mudou recentemente.

Grande destaque esta semana para os planos das contas portuguesas para 2017. As metas macro-económicas já foram definidas: crescimento de 2,2%, um défice de 0,2% e uma taxa de desemprego de 6%. Para Paulo Rangel, estes números não são um problema, uma vez que "só a primeira versão do OE de 2016 é que veio totalmente reescrita de Bruxelas". O eurodeputado acha que há algum optimismo no crescimento económico, mas que quase tudo se resume numa fórmula que é "o PS enveredou por um Estado salarial e desfazer um Estado social". Rangel queixa-se do estado em que está o sector da Saúde e diz que "nem nos tempos da troika se faziam estes cortes num serviço básico como este". O social-democrata lembra os cortes feitos na Protecção Civil (com repercussões nos incêndios do ano passado) e na Prevenção Rodoviária: "Há quanto tempo não temos uma campanha contra a sinistralidade? E os resultados estão à vista...".

Sobre possíveis aumentos das taxas de juro vindas do BCE e que podem baralhar todas as contas do Governo, Fernando Medina diz que "já ninguém questiona este OE, com metas traçadas" e rigorosas. Nem parece em perigo a aprovação por parte da Comissão Europeia.

"Simpatia por Chavez resultou num esquecimento do problema chamado Venezuela"

Para Paulo Rangel, o Governo português "foi assobiando para o lado" em relação ao regime venezuelano e está a acordar tarde para o problema criado naquele país sul-americano com centenas de milhares de emigrantes portugueses que podem querer regressar às origens por causa da instabilidade.

E Bruxelas e Lisboa como devem lidar com Caracas? Para Fernando Medina, deve haver "firmeza, descrição, mas eficácia". A questão é a de termos 600 mil portugueses naquele país e o diálogo tem de ser cauteloso.

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