Grande destaque esta semana para os planos das contas portuguesas para 2017. As metas macro-económicas já foram definidas: crescimento de 2,2%, um défice de 0,2% e uma taxa de desemprego de 6%. Para Paulo Rangel, estes números não são um problema, uma vez que "só a primeira versão do OE de 2016 é que veio totalmente reescrita de Bruxelas". O eurodeputado acha que há algum optimismo no crescimento económico, mas que quase tudo se resume numa fórmula que é "o PS enveredou por um Estado salarial e desfazer um Estado social". Rangel queixa-se do estado em que está o sector da Saúde e diz que "nem nos tempos da troika se faziam estes cortes num serviço básico como este". O social-democrata lembra os cortes feitos na Protecção Civil (com repercussões nos incêndios do ano passado) e na Prevenção Rodoviária: "Há quanto tempo não temos uma campanha contra a sinistralidade? E os resultados estão à vista...".
Sobre possíveis aumentos das taxas de juro vindas do BCE e que podem baralhar todas as contas do Governo, Fernando Medina diz que "já ninguém questiona este OE, com metas traçadas" e rigorosas. Nem parece em perigo a aprovação por parte da Comissão Europeia.
"Simpatia por Chavez resultou num esquecimento do problema chamado Venezuela"
Para Paulo Rangel, o Governo português "foi assobiando para o lado" em relação ao regime venezuelano e está a acordar tarde para o problema criado naquele país sul-americano com centenas de milhares de emigrantes portugueses que podem querer regressar às origens por causa da instabilidade.
E Bruxelas e Lisboa como devem lidar com Caracas? Para Fernando Medina, deve haver "firmeza, descrição, mas eficácia". A questão é a de termos 600 mil portugueses naquele país e o diálogo tem de ser cauteloso.
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