Segurança interna na UE é tema incontornável
12-01-2017 - 11:14

O assunto tem chamada de capa no “Diário de Notícias”. Bruxelas defende que os terroristas que se juntarem ao autoproclamado Estado Islâmico devem ser julgados e condenados na Síria e no Iraque ou noutros países da região.

É uma das medidas propostas pelo coordenador da luta antiterrorista da União Europeia, que defende que estes julgamentos devem ser feitos em tribunais, nos quais peritos internacionais prestariam apoio aos agentes de justiça locais. Dos cerca de 5.000 jihadistas europeus, seis portugueses incluídos, cerca de 20% terão morrido em combate. O risco está nos cerca de 1500 que já regressaram ao espaço europeu.

Segundo uma estimativa baseada num relatório confidencial, entre 2000 e 2500 terroristas poderão tentar regressar à Europa. Bruxelas pede por isso uma mobilização de todos os Estados-membros para que enfrentem esta ameaça.

Noutro plano, há declarações do presidente da Comissão Europeia que tentam, de certa forma, apaziguar o pessimismo relacionado com o Brexit. As palavras de Jean-Claude Juncker são sublinhadas pelo jornal “Económico”: “Brexit não é o fim da União Europeia”. O líder do executivo de Bruxelas faz questão de lembrar que “a saída do Reino Unido não significa o final da integração europeia ou do projecto europeu”. Juncker defende que há matérias sobre as quais pode haver mais progressos, mesmo apesar da saída dos britânicos. “Considerar o Brexit como o princípio do fim seria um grande erro”, uma afirmação de Jean-Claude Juncker, em Malta, durante a conferência de imprensa que marcou o início da presidência rotativa da União Europeia.

A presidência de Malta arranca com uma polémica suscitada pelo grupo parlamentar dos Ecologistas no Parlamento Europeu. Este grupo de eurodeputados encomendou um estudo à Escola de Negócios da Universidade de Nottingham, no Reino Unido. O documento sugere que a República de Malta é um paraíso fiscal. Esta história é contada nas páginas do jornal britânico “The Guardian”. Em causa está o alegado auxílio do Governo maltês a várias empresas multinacionais que entre 2012 e 2015 terão escapado ao pagamento de 14 mil milhões de euros em impostos que reverteriam para os cofres de outros Estados-membros da União Europeia. A notícia surgiu poucas horas depois de Malta ter assumido a presidência semestral da União Europeia num momento que é particularmente crítico para o projecto, a vários níveis, e também no plano das políticas fiscais, uma vez que as orientações seguidas pelos estados-membros têm gerado diversas fricções internas no seio do projecto europeu.