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O delicado estado de saúde da rainha Isabel fez soar as campainhas de alarme no Reino Unido, mas o país está preparado para a sua morte. Há pouco mais de cinco anos o ‘The Guardian’ publicou vários documentos oficiais, classificados como secretos, em que se estabelecia o roteiro a seguir e qual seria a sucessão de cerimónias, cujo custo podem ultrapassar 100 milhões de libras.
A operação ‘London Bridge is down’ (“A ponte de Londres caiu”) terá início no momento em que se confirmar a morte da monarca. São quatro palavras com as quais o secretário privado da Rainha comunicaria a informação através de uma linha telefónica direta reservada à primeira-ministra, Liz Truss, e que desencadearia uma resposta imediata. Antes de a notícia ser comunicada à população e começar a circular nas redes sociais, o centro de resposta global do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Foreign Office, vai informar os governadores gerais das 15 nações que partilham com o Reino Unido a monarca como soberana, bem como aos líderes de governos dos outros 36 países que fazem parte da Commonwealth.
O Governo britânico decreta nove dias de luto oficial no Reino Unido. Durante os primeiros nove dias vão decorrer as homenagens dos súbditos frente ao féretro (há previsões de dados apontando para que mais de meio milhão de pessoas possa apresentar as condolências).
Às nove horas da manhã do décimo dia de luto, o Big Ben fará soar o seu sino num tom mais solene que o habitual. Duas horas depois, às onze, terá início o funeral na Abadia de Westminster, que será transmitido pela televisão. Depois de finalizado a cerimónia religiosa, o cadáver de Isabel II será transladado até Windsor, onde ficará sepultado na cripta real do castelo.
Meios de Comunicação
A notícia da morte da monarca será enviada, através de um canal restrito, à Press Association, a agência noticiosa mais antiga do Reino Unido.
Todos os canais online, de rádio e de televisão públicos vão unir-se em cadeia com o sinal da BBC1 e transmitir a notícia em conjunto, num mecanismo de comunicação previamente ensaiado centenas de vezes. As cadeias privadas de televisão e rádio, bem como as plataformas online privadas, não têm qualquer obrigação legal de dar conta da notícia.
Quase vinte anos de preparação
O funeral de Estado de Isabel II começou a ser desenhado há quase 20 anos. O duque de Norfolk, Edward William Fitzalan-Howard, preside a uma comissão constituída por membros da aristocracia britânica que revê e atualiza regularmente os planos da operação.
Ainda que a rainha não fizesse parte da comissão, estava informada ao pormenor dos planos do seu funeral com o máximo de honras. Mas, por saber, estão muitas das decisões das reuniões desta comissão muito especial que podem ter alterado, transformado e revisto alguns dos planos da operação que terá o seu início quando Liz Truss receber a informação: “London Bridge is down”.