Organizações católicas denunciam êxodo "sem precedentes" na Venezuela
07-08-2017 - 20:29
 • Com Agência Ecclesia

Conferência Episcopal Venezuelana diz que a nova Assembleia Constituinte é uma fraude.

A rede de organizações católicas da América Latina e Caraíbas para as Migrações e Refugiados denuncia um êxodo “sem precedentes” da população venezuelana para países vizinhos.

A CLAMOR - Rede Latino-Americana e Caribenha para as Migrações, Refugiados e Tráfico de Pessoas, alerta para a “dura situação” que os emigrantes da Venezuela têm de enfrentar, ao fugir de uma “crise humana”.

As organizações católicas da região alertam para a falta de medicamentos e alimentos, ao “colapso dos serviços públicos”, à inflação, violência e “graves violações dos direitos humanos”.

“Esta situação, que atenta contra a vida e a dignidade dos venezuelanos e venezuelanas, forçou milhares de pessoas a sair do país, numa diáspora sem precedentes na história democrática do país”, refere a nota da rede católica.

Entre três e quatro mil emigrantes portugueses já regressaram à Madeira.

O padre Francesco Bortignon, scalabriniano, pároco em Cúcuta, no norte da Colômbia, refere à Rádio Vaticano que a situação da fronteira é “realmente difícil”.

“Existe uma fuga significativa de venezuelanos em direcção à Colômbia ou com o sonho de chegar ao Equador, Chile e Peru”, especialmente nos últimos meses, ligadas em particular à questão da eleição da Assembleia Constituinte.

Já a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) agradeceu a posição tomada pelo Papa e a Santa Sé na última sexta-feira, num renovado apelo ao respeito pelos Direitos Humanos e pela suspensão da nova Constituinte.

D. José Luis Azuaje, vice-presidente da CEV, considerou que a Assembleia Constituinte, promovida pelo Governo de Nicolás Maduro e contestada pela oposição, foi uma “fraude”.

A Venezuela atravessa uma crise política e económica, com manifestações pró e anti-Maduro, que provocaram 120 mortos desde Abril.

O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a Assembleia Constituinte traduz “um poder paralelo”.