Entra em cena esta quinta-feira no Teatro de Marionetas do Porto a peça "Orfeu e Eurídice", "uma história que fala de amor e de redenção, de sacrifício e de superação", descreve o encenador Roberto Merino à Renascença.
"O mito de Orfeu nasce na Grécia, mas, fundamentalmente, é tratado mais tarde por um poeta latino em Roma", conta o artista, que admite ter uma ligação forte com a literatura clássica dada a "qualidade dos textos".
A trama começa pela viagem do personagem principal até Hades [equivalente ao inferno Cristão] para resgatar a sua mulher que havia morrido precocemente.
Esta jornada acaba por não correr como esperado, levando a um caminho de superação do personagem em relação ao tema da morte, que o encenador considera "eterno".
O recurso às marionetas é um desafio comparativamente ao teatro de atores, explica Merino, que salienta a dificuldade de dar expressão a um objeto estático. Refere no entanto que, de certa forma "o teatro de marionetas se supera pelo facto de termos um ator que é um manipulador, que dá voz à figura, mas que tem que encontrar a alma do objeto".
Marionetas essas que apresentam uma novidade na sua forma de conceção. Ao contrário do que acontece normalmente, em que estes objetos são feitos à base de papel, as figuras são criadas através de uma impressora 3D, permitindo um maior detalhe comparativamente ao método tradicional.
A peça permanece em cena até ao dia de 7 de julho, com sessões de quinta a sábado às 19h00 e ao domingo às 16h00.