​Militares. Governo quer mais mulheres e quadro permanente de praças no Exército
24-07-2019 - 10:00
 • Renascença

Chefe do Estado Maior das Forças Armadas lamenta falta de militares. Ministro, que chegou a considerar infelizes as declarações do almirante, diz que problema não é novo e que está lançado um plano para tentar resolvê-lo.

O ministro da Defesa quer recrutar mais mulheres e admite criar quadros permanentes de praças para o Exército e para a Força Aérea como já acontece na Marinha. São medidas que o Governo está a estudar para atrair mais jovens para a carreira militar.

O debate surgiu depois do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, ter revelado, em entrevista à Renascença e jornal “Público”, que faltam efetivos nas fileiras.

Num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no jornal “Público”, João Gomes Cravinho diz que esta não é “uma realidade nova”, é algo que tem sido “sobejamente conhecido, discutido e trabalhado”.

O ministro considera que o debate agora instalado é “uma excelente oportunidade para dar a conhecer aspetos desta complexa realidade, e as soluções que estão a ser desenvolvidas”.

Neste artigo, revela que o número de efetivos baixou baixaram todos os anos entre 2013 (31.143) e 2017 (25.025). Já em 2018 verificou-se uma recuperação para 26.545.

João Gomes Cravinho diz ainda que "só em 2016-2017 foi feito um "rigoroso e amplo diagnóstico de caracterização sociodemográfica e de satisfação organizacional dos militares em regime de voluntariado e contrato" e que, depois de feito o diagnóstico, foi lançada uma "estratégia coerente e ambiciosa, para um horizonte de cinco anos, assente em 34 medidas, traduzidas em 121 ações, metas, indicadores de monitorização, datas e entidades responsáveis".

O alerta lançado pelo Chefe do Estado Maior das Forças suscitou várias reações. O ministro da defesa chegou a considerar infelizes as palavras daquele alto quadro militar.

Foi também lançado um manifesto em defesa do CEMGFA e que apelava a que, em caso de demissão de Silva Ribeiro, ninguém devia assumir o seu cargo.