Controlinveste de Joaquim Oliveira declarada insolvente e com dívidas de 753,6 milhões de euros
24-07-2019 - 00:47
 • Renascença

O Novo Banco e o BCP são os principais (e maiores) credores. A empresa, que chegou a deter títulos como o Diário de Notícias ou o Jornal de Notícias, tem ativos de apenas 147 mil euros e o encerramento imediato é “irreversível”.

A empresa Controlinveste SGPS, do empresário Joaquim Oliveira, declarou (depois de ter conquistado um acordo com os bancos) insolvência em fevereiro e, segundo avança o Jornal de Negócios, tem o Novo Banco, o BCP e a Olivedesportos (empresa igualmente detida por Joaquim Oliveira) como os três credores reconhecidos no processo de insolvência – sendo os bancos credores "comuns", ou seja, prioritários, e a Olivedesportos um credor "subordinado" que, assim sendo, receberá por último.

O BCP tem créditos reconhecidos no valor de 405,9 milhões de euros, enquanto o Novo Banco viu reconhecido direitos de 151,95 milhões de euros. A este valor foram somados 195,7 milhões de euros da Olivedesportos, o que perfaz créditos totais de 753,6 milhões de euros. Por oposição às dívidas, os activos da Controlinveste SGPS – a holding que chegou a deter um dos maiores grupo de comunicação social em Portugal – ficam-se apenas pelos 153 mil euros: 5.592 euros numa conta à ordem e um reembolso de um pagamento especial fiscal no valor de cerca de 147 mil euros.

Segundo o relatório de insolvência da empresa, o caminho para a liquidação é “irreversível”, pois nenhum dos três credores propôs um um plano de recuperação, o que levou o administrador da insolvência, Jorge Calvete, a sugerir o “encerramento imediato”, a “liquidação do activo [recuperação de impostos]” e a “cessação de actividade em sede de IRC e IVA”.

A elevada dívida da Controlinveste é justificada com o registo de passivos de empresas participadas (Controlinvest Media, Olivedesportos e Gripcom). Por outro lado, o endividamento também “engordou”, lê-se, por via da participação no grupo PT, “no qual chegou a ter 2,2%”. A participação que o grupo tinha na Global Media (detentora do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, entre outras marcas de comunicação social) passou para a Olivemedia, uma nova empresa criada no ano passado por Joaquim Oliveira e que tem com um capital social de 150 mil euros.