O aumento de casos de infeção pela Covid-19 levou o governo a proibir a circulação entre concelhos – de 30 de outubro a 3 de novembro – no fim de semana dos dias de Todos os Santos e dos Fiéis Defuntos. Concelhos populosos como Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras entram no regime de semi-confinamento.
Dez dias depois do “abanão” ao país para travar a velocidade da segunda vaga o receio de novo confinamento volta ao debate, apesar do governo insistir em que Portugal não pode parar de novo.
Mas e se tiver de ser? E se o confinamento for imposto pela realidade? Com a subida expressiva de casos nos países europeus, aumentam as medidas restritivas da vida social, e por extensão, da atividade económica.
Os indicadores avançados da atividade económica caíram, sugerindo que o pessimismo vai continuar a marcar as opções das famílias. O clima económico – que mostra expectativas dos empresários – continua negativo, recuperando cada vez mais devagar. Já as expectativas dos parceiros comerciais do país continuam deprimidas, quanto às encomendas a fazer ao exterior, antecipando uma lenta recuperação das exportações portuguesas.
Ao mesmo ritmo da segunda vaga da Covid19 avança assim o fantasma da chamada recessão em “W” - com dois momentos gráficos de contração aguda - por oposição à esperada recessão em “V”, ou “U”, com um só momento de contração (mais suave ainda em “U”).
A análise das curvas económicas e da urgência de medidas locais para combater a Covid19 é de Nuno Botelho, presidente da ACP- Câmara de Comércio e Indústria do Porto, Álvaro Aguiar, professor de economia na Universidade do Porto, e Miguel Alves, presidente do Conselho Regional do Norte.