A Direção-Geral de Saúde (DGS) declarou "a existência de um surto" de sarampo em Portugal, depois de terem sido confirmados sete casos daquela doença na região Norte do país.
Em comunicado, a DGS refere que "a presente situação na Região Norte configura a existência de um surto" de sarampo. De acordo com a informação disponibilizada, desde o 9 de março foram reportados 34 casos suspeitos, dos quais sete já foram confirmados laboratorialmente. A DGS acrescenta que, destes sete casos confirmados, três estão internados.
Os sete casos confirmados são todos adultos, dos quais quatro mulheres. Três destas sete pessoas não estavam vacinadas e uma não tinha o esquema vacinal completo. Deste lote de sete pessoas, cinco deles são profissionais de saúde.
A DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de "uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas".
No caso de pessoas vacinadas, "a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso".
A DGS aconselha ainda a "quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas" que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24).
Deve também ligar para aquela linha quem tiver "sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)". Com esses sintomas, a DGS recomenda que "não se desloque e evite o contacto com outros".
O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, só num conjunto de 50 países da região europeia, onde se registaram mais de 20 mil casos em 2017.
No ano passado, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), "cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados".
O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.
Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.
[notícia actualizada às 7h17]