Sexta-feira, 24 de setembro de 2021



O tempo em que vamos

Apresenta-se dominado pela indiferença,

Que paralisa e embacia o olhar do nosso coração.

E assim, anestesiados,

Não vamos bem,

Não vemos bem,

Não vemos ninguém.

A indiferença é uma doença pior do que a cegueira:

Mata-nos devagarinho,

É indolor e incolor,

Não tem sabor,

É só bolor.

Rói-nos a alma.

É a traça da alma.

Assim vamos morrendo,

Assim vamos matando,

Sem disso sequer nos apercebermos.

Senhor Jesus,

Que apontaste o dedo à esclerose do nosso coração empedernido,

Concede-nos a graça da proximidade e da verdade,

Da bondade,

Da simplicidade e da caridade.

Enche-nos do teu perdão de cada dia,

E cura as chagas da nossa miopia.