PAN. Dez demissões na Comissão Política Nacional com queixas de "asfixia democrática"
07-02-2022 - 16:40
 • Lusa com redação

Dirigentes demissionários queixam-se de “total asfixia democrática interna” e justificam a saída, entre outros motivos, “com o chumbo da proposta para a realização de um congresso eletivo extraordinário”.

Pelo menos dez membros da Comissão Política Nacional do PAN apresentaram a demissão daquele órgão, entre os quais o ainda deputado Nelson Silva e os porta-vozes regionais dos Açores e Madeira, alegando “asfixia democrática interna”.

Abandonaram o órgão máximo de direção política do partido Pessoas-Animais-Natureza entre congressos o deputado Nelson Silva (que falhou a eleição para a próxima legislatura), o porta-voz regional e deputado à Assembleia da Região Autónoma dos Açores, Pedro Neves, o porta-voz regional e cabeça de lista pela Região Autónoma da Madeira, Joaquim de Sousa, e ainda vários representantes e membros de comissões distritais e regionais.

Em comunicado, estes dirigentes demissionários queixam-se de “total asfixia democrática interna” e justificam a saída “com o chumbo da proposta para a realização de um congresso eletivo extraordinário com vista à discussão e balanço das eleições legislativas de 2022 e retificação dos estatutos, devolvendo a palavra ao órgão máximo do partido em ambiente de discussão democrática interna e panorama alargado”.

Estas saídas acontecem após a reunião da Comissão Política Nacional que decorreu no sábado, para análise do resultado nas legislativas, nas quais o PAN desceu de quatro deputados eleitos para um.

Estes memebros do PAN apontam, ainda, a "falta de maturidade e lucidez política nas análises dos resultados eleitorais" que consideram pouco realistas ao sustentarem "as causas da dramática descida de votos , sobretudo, em externalidades".

Em comunicado, avançam ainda que" apenas uma entropia pode justificar a resistência em não querer reconhecer os próprios erros".

Os criticos da atual direção dizem ainda que o partido tem "uma mensagem de posicionamento político difuso após eleições, uma estratégia de comunicação e design falhadas e completamente contrárias às soluções internas que tinham sido bem sucedidas no passado, a aposta num discurso de campanha monotemático e repetitivo e o pouco espaço deixado para o PAN continuar a ser disruptivo".

Em consequências destes erros, este grupo diz que o "eleitorado jovem acabou por fugir para outros quadrantes partidários".