Primeira-ministra britânica pode apresentar demissão na sexta, diz jornal
23-05-2019 - 07:29
 • Renascença

May está sob intensa pressão para se demitir devido à dificuldade em apresentar um plano satisfatório para fazer o Reino Unido sair da União Europeia.

“Theresa May prepara-se para apresentar demissão depois do motim no seu Governo”. Segundo o jornal “The Times”, a primeira-ministra vai anunciar na sexta-feira a sua saída após a 36ª demissão de um membro do Executivo.

A ministra dos Assuntos Parlamentares britânica, Andrea Leadsom, anunciou a demissão em desacordo com o plano de May para tentar aplicar o Brexit.

A primeira-ministra está sob intensa pressão dos seus próprios deputados para se demitir devido à dificuldade em apresentar um plano satisfatório para fazer o Reino Unido sair da União Europeia.

May anunciou que pretende publicar na sexta-feira a nova proposta de lei para o Brexit, para que os deputados tenham tempo de a analisar antes de a votarem, no início de junho. As novidades incluem garantias sobre a aplicação da cláusula de salvaguarda na Irlanda (conhecida como 'backstop), reforço de proteções na área laboral e garantias de que a legislação ambiental será preservada.

Contudo, a nova proposta já foi rejeitada pelo Partido Trabalhista, na oposição, com o líder, Jeremy Corbyn, a dizer que se trata de uma versão remodelada das mesmas ideias de anteriores soluções.

Também vários deputados Conservadores se mostraram desagradados com o facto de Theresa May ter incluído a possibilidade de um segundo referendo sobre o 'Brexit', considerando que essa estratégia os poderá levar a votar contra a nova proposta de acordo para a saída da União Europeia.

As três anteriores propostas de Brexit negociadas pela primeira-ministra britânica com Bruxelas foram rejeitadas por maiorias parlamentares, conduzindo a um impasse que obrigou Londres a prolongar o prazo de saída da União Europeia até 31 e outubro.

Entretanto, arranca esta quinta-feira, o processo de eleição dos 751 deputados do Parlamento Europeu para a legislatura 2019-2024 arranca na Holanda e no Reino Unido, os dois primeiros países a votar num calendário que se estende até domingo.