Black Friday ou Black Fraude? Deco compara preços
24-11-2016 - 22:01

Aplicação permite comparar a variação dos preços dos produtos nos últimos 30 dias, para que os consumidores comprem produtos mesmo em promoção. Já a associação Zero alerta para consumo excessivo e desperdício no Dia Sem Compras.

Para o consumidor ter a certeza que vai mesmo pagar mais barato na “Black Friday”, que se assinala esta sexta-feira, a Deco lançou uma aplicação para quem faz compras através da internet.

A ferramenta "Black Friday ou Black Fraude?"" permite comparar a variação dos preços dos produtos nos últimos 30 dias.

O utilizador tem apenas que aceder ao site da Deco e inserir o link completo onde encontrou o produto que pretende adquirir ou colocar o nome da loja e do produto.

Depois é só clicar no botão “verificar” que a aplicação verifica se o consumidor está mesmo perante uma promoção ou está a ser enganado.

Zero alerta para consumo excessivo e desperdício no Dia Sem Compras

A Zero juntou apelos de cidadãos a que se consuma somente o suficiente, contra excessos e desperdício, aconselhando a repensar o actual modelo de crescimento, que aponta para um crescimento ilimitado, baseado em recursos limitados.

A iniciativa da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, dirigida a cidadãos e responsáveis públicos, decorre na sexta-feira, quando se assinala o Dia Sem Compras, criado por oposição ao 'Black Friday', a "alertar para os excessos de consumo que levam ao desperdício e ao fomento do descartável".

Estes excessos, explica, "estão na base de uma economia (des)estruturada no crescimento ilimitado da utilização de recursos naturais que não existirão num futuro próximo".

No Mercado da Ribeira, em Lisboa, vão estar associados da Zero a ilustrar um conjunto de boas práticas e no site da associação e na rede social Facebook serão divulgadas as fotografias de cada um deles com cartazes alusivos a 10 frases que representam um alerta e um compromisso para a redução do consumo.

'Não desperdiço comida em casa', 'Só compro o necessário nas quantidades certas', 'Compro os produtos locais e da época', 'Compro produtos de agricultura biológica', 'Prefiro embalagens reutilizáveis', 'Evito embalagens desnecessárias', 'Opto por reparar os meus equipamentos', 'O meu telemóvel tem mais de três anos', 'Compro produtos em segunda mão' e 'Reduzi o consumo de carne' são as frases escolhidas.

As mensagens pretendem estimular estilos de vida e comportamentos que tenham em conta os limites dos recursos existentes no planeta.

Entre as preocupações listadas está o excesso de consumo, com a aquisição do que não é necessário ou em quantidades a mais. O desperdício de comida atinge, em Portugal, 97 quilogramas por habitante/ano.

Não privilegiar produtos locais e da época, assim como a fraca disponibilidade e os preços "ainda pouco atractivos" dos produtos de agricultura biológica, ou o "uso e abuso" de embalagens, são pontos criticados pela Zero.

Os ambientalistas referem também a ausência de uma rede organizada de reparadores de equipamentos, principalmente electrónicos e electrodomésticos, a "pouca apetência" pela aquisição de produtos em segunda mão ou o "consumo exagerado de proteína animal", nomeadamente de carne.

Por isso, contra "a adição e comportamentos irracionais e impulsivos de consumo exagerado" propõem a sensibilização para um consumo responsável, a concretização da Estratégia Nacional para as Compras Públicas Ecológicas nos municípios, em dois anos, ou a definição de uma taxa sobre o vestuário colocado no mercado, para responsabilizar os produtores pela recolha e reciclagem de roupa usada e produtos descartáveis.

Aumentar a área de agricultura biológica, subir a taxa do IVA dos produtos fitofarmacêuticos de 6% para 13%, generalizar o conceito de hortas comunitárias locais e promover bancos de terras agrícolas municipais, reduzir o consumo de carne "para níveis adequados" e de pescado, apostar na produção nacional e no consumo de leguminosas e incentivar o consumo de hortícolas e frutos são outras propostas da Zero.