O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, considera "inadmissível" que ainda não tenha sido autorizado o regresso do público ao futebol.
Em entrevista ao Porto Canal, esta segunda-feira, Pinto da Costa salientou que "os clubes continuam a pagar os impostos, mas não têm receitas", e declarou que "este Governo vai ficar ligado à falência do futebol e do desporto".
"Acho inadmissível o que está a acontecer e a falta de sensibilidade da parte de quem manda no desporto, mas também da Direção-Geral de Saúde, que não sabe minimamente o que é o desporto. Daí ser impossível aceitar que os camarotes num estádio de futebol têm de estar vazios. É ridículo. Nem que fosse uma pessoa em cada camarote de 100 lugares. As touradas estão cheias e as pessoas nem se distanciam umas das outras", apontou.
"Não é incongruência, é incompetência"
O presidente do FC Porto reiterou que o prejuízo para o clube, sem bilheteira nem lugares anuais, é na ordem dos 27 milhões de euros e que, se não for pago, "vêm logo as multas e as ameaças".
Por outro lado, criticou o facto de já haver público em concertos e touradas, entre outros eventos, e não no futebol. Para Pinto da Costa, "não há incongruência, há incompetência":
"Nas touradas o espaço está cheio, nem lugar de intervalo deixam. Embicaram com o futebol. Em tempos gabaram-se do milagre em Portugal, agora o milagre desapareceu. E a culpa é do futebol? Se milagre se transformou num pesadelo ou pecado mortal, se calhar é pelas touradas, cinemas abertos, concertos em recintos fechados ou humoristas em espetáculos. E o futebol é que paga?"
A terceira jornada do campeonato pode ter o primeiro jogo com público após a proibição. A Liga pediu às autoridades de saúde para deixar entrar mil adeptos no jogo entre Santa Clara e Gil Vicente, nos Açores.