Em junho de 2024, o México vai eleger pela primeira vez na história do país uma mulher como presidente, depois de o partido governamental Morena e a coligação da oposição terem escolhido mulheres como candidatas.
O partido Morena nomeou a ex-autarca da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, esta quarta-feira. E, apesar de uma denúncia de última hora por parte do segundo colocado, Marcelo Ebrard - que acusou o partido de favoritismo em relação a Sheinbaum e declarou que a sua equipa tinha encontrado anomalias em 14% dos boletins de voto da sondagem nacional realizada pelo partido para decidir a candidatura -, as suas exigências para repetir as sondagens não foram atendidas.
Isto porque Sheinbaum e Gálvez foram escolhidas depois de uma série de sondagens com o objetivo de assegurar a transparência e participação pública, quebrando o hábito de serem os presidentes a escolherem os seus sucessores e prometendo, assim, que pela primeira vez o país vai ser governado por uma mulher..
Sheinbaum é uma cientista climática que se tornou política. Foi líder estudantil na década de 1980 e também secretária do Ambiente da Cidade do México durante o mandato de López Obrador como autarca, de 2000 a 2005.
Segundo é referido, seria a escolha do presidente Andrés Manuel López Obrador, que não pode recandidatar-se, já que só pode exercer um único mandato de seis anos.
Por isso, Claudia apresenta-se como uma candidata de continuidade, podendo vir a beneficiar da popularidade de López Obrador e do apoio do aparelho de Estado durante a próxima campanha.
O partido parecia ter a vitória garantida nas eleições de junho de 2024, contudo, o aparecimento da senadora Xóchitl Gálvez como candidata da oposição veio pôr em causa as expectativas.
Por sua vez, Gálvez, que se desloca regularmente pela capital mexicana numa bicicleta eléctrica, é uma mulher de negócios, com origem indígena, que se tornou senadora em 2018 e chamou a atenção dos meios de comunicação social com a sua história. Gálvez entrou várias vezes em confronto com o atual presidente sobre questões como os elevados níveis de violência no México. Agora, é a candidata de uma coligação de oposição que inclui o Partido Acción Nacional (PAN), o Partido Revolucionario Institucional (PRI) e o Partido de la Revolución Democrática (PRD) - os três partidos mais antigos do país -, e, segundo Obrador, a candidata dos "conservadores". Os ataques entre Obrador e Gálvez, ajudaram a contribuir para a sua popularidade crescente.
A coligação da oposição não chegou a realizar a última consulta do processo de sondagens que estava planeado, porque a outra candidata, Beatriz Paredes, desistiu, entregando a candidatura a Gálvez.
Com as duas candidaturas confirmadas, agora é quase certo que o próximo presidente do México será uma mulher pela primeira vez na história do país – sendo que Sheinbaum permanece como a favorita.
As eleições de 2024 elegem também os membros do Congresso.