A melhor maneira de defender a economia e as empresas portuguesas é combater a corrupção de forma "implacável", defende o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, num comentário ao Luanda Leaks, que envolve a empresária Isabel dos Santos.
O chefe da diplomacia portuguesa foi esta terça-feira questionado na Assembleia da República sobre o caso de alegado desvio de 115 milhões de euros da petrolífera estatal angolana Sonangol para o Dubai.
“A melhor maneira de defender a economia, as empresas e os trabalhadores portugueses é cumprindo a lei e sendo implacável no combate a práticas de corrupção, práticas cleptocráticas ou a quaisquer indícios de comportamentos indevidos”, declarou Augusto Santos Silva.
O Presidente da República comentou o caso esta terça-feira, pela primeira vez. Marcelo Rebelo de Sousa entende que todo o investimento estrangeiro é bem-vindo em Portugal, desde que respeite a lei. Marcelo Rebelo de Sousa comentava o caso Luanda Leaks, que envolve a empresária angolana Isabel dos Santos.
“Eu disse, em geral, que o investimento vindo desse país [Angola] com de outros países, como de cidadãos de todo o mundo, é bem-vindo naturalmente no respeito da legalidade. Contínua a ser bem-vindo”, afirma o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que este é um tema apenas da esfera da justiça e da supervisão, e não da política.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de 'Luanda Leaks', que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrado para a neutralizar e sustentou que as alegações feitas contra si são "completamente infundadas", prometendo "lutar nos tribunais internacionais" para "repor a verdade".