Brasil admite privatizar ilhas, praias e florestas
27-09-2017 - 21:29

A ideia, segundo o ministro do Turismo, é conseguir dinheiro.

O Brasil vai lançar um vasto plano de privatização de territórios naturais, como praias paradisíacas, florestas virgens e centenas de ilhas, susceptíveis de atrair investidores, disse o ministro do Turismo do país, Marx Beltrão.

"O Brasil tem centenas de lugares que fazem parte da herança do Estado, onde nada está instalado e com grande potencial de turismo", afirmou o ministro, citado pela agência de notícias France-Presse.

"O nosso objectivo é identificá-los, transformá-los em áreas de interesse turístico e dá-los em concessão à iniciativa privada onde poderão ser construídos bares, restaurantes, centros comerciais, hotéis e 'resorts'", acrescentou.

Segundo Max Beltrão, a ideia do Governo brasileiro é conseguir dinheiro concedendo uso à iniciativa privada destes lugares que praticamente não passaram de paisagem.

Agora que a primeira economia latino-americana acaba de sair de dois anos de recessão, o Presidente Michel Temer já implementou planos de privatização, incluindo aeroportos, centrais elétricas e poços de petróleo.

O próximo alvo do Governo brasileiro é incluir o património natural do país gigantesco, ocupado em parte pela Amazónia, no plano de privatização.

O Brasil é conhecido pelas suas praias de areia branca, selva e vida noturna, mas o setor de turismo paradoxalmente não está muito desenvolvido: o país é o segundo destino da América Latina após o México e apenas o 27.º no mundo.

Em 2016, o Brasil recebeu apenas 6,8 milhões de visitantes estrangeiros, contra 35 milhões no México, de acordo com dados oficiais, apesar de o Rio de Janeiro ter organizado os Jogos Olímpicos, dois anos depois de ter acolhido o Mundial de Futebol.

"É muito pouco", disse o ministro do Turismo, explicando que o plano de privatização começará no sul do Brasil, perto das Cataratas do Iguaçu, uma das principais atrações turísticas da região.

Sobre o Rio de Janeiro, que tem sido afetado por dificuldades económicas e problemas de violência, o ministro do Turismo afirmou que "o objetivo [do Governo] também é trazer o turismo de volta ao Rio de Janeiro".

Max Beltrão disse que o Governo espera duplicar o número de visitantes estrangeiros no Brasil dentro de cinco anos, enquanto aumenta o fluxo de turistas brasileiros que viajam pelo país de 60 para 100 milhões de pessoas, incluindo a criação de quatro milhões de empregos.